Mercados

Investidores devem acumular ações da OGX, sugere BMO Capital Markets

Analista reitera projeção para papéis após teleconferência com Eike Batista realizada hoje

Eike Batista, fundador da OGX: empresa se prepara para iniciar produção (VEJA RIO)

Eike Batista, fundador da OGX: empresa se prepara para iniciar produção (VEJA RIO)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 13h39.

São Paulo – A história não é nova. Desde março de 2010 que o mercado financeiro convive com as especulações sobre a venda dos ativos da OGX Petróleo e Gás (OGXP3) na Bacia de Campos. A aposta dos investidores têm se concentrado em uma possível venda, o esperado farm-out, para um grupo provavelmente chinês.

"Colômbia é o Carajás do carvão", diz Eike Batista

"Eu sei enxergar diamantes não polidos. A OGX tem hoje 1 trilhão de dólares de valor em petróleo (...).E nós sim estamos nos preparando para vender um pedaço... para fazer uma mega monetização para os investidores de novo entenderem como se cria riqueza nessa área de recursos naturais", afirmou o bilionário brasileiro Eike Batista, presidente da holding EBX, durante entrevista concedida no ano passado ao serviço de TV da corretora XP Investimentos.

Meses depois, o assunto novamente vem a tona. Durante teleconferência realizada hoje para atualizar o mercado sobre a evolução dos empreendimentos do Grupo EBX, o empresário explicou que não concluiu a negociação em 2010 por entender que o preço pelo ativo na ocasião não estava justo.

"No ano passado estávamos com intenção de vender uma parte do nosso bloco na Bacia de Campos", afirmou, lembrando que o mercado se concentrou na capitalização da Petrobras, além de ter sido um ano de eleições no Brasil. "Sim, nós poderíamos ter vendido o ativo, mas por um preço pelo qual não estávamos dispostos a vender."

A OGX ainda não deu data sobre a possível venda, mas disse em nota que “o processo de venda de participação minoritária nos blocos na bacia de Campos segue em andamento durante o ano de 2011”.

"Há vários players querendo ser nossos parceiros nesse projeto, tem uma lista maravilhosa para escolher. Podemos vender 10 por cento, em alguns blocos 30 por cento, tem uma lista maravilhosa para escolher. Vou cortar o filé e separar as melhores partes. (...) Isso vai ser bom para a empresa e para os investidores", disse Eike.

Em meio às incertezas e à espera pelo resultado final da capacidade de produção de petróleo que a OGX terá na Bacia de Santos, a paciência de alguns investidores parece ter começado a passar. As ações estão entre as maiores quedas do ano, em torno de 14%.

Ao invés de vender, “os investidores deveriam acumular as ações da OGX”, principalmente porque a definição sobre a capacidade de produção de petróleo irá diminuir a diferença no valuation da companhia em comparação ao que os potenciais compradores têm oferecido, sugere o analista Christopher Brown, do banco BMO Capital Markets, em relatório divulgado após o término da teleconferência.

Como as ações da OGX são atualmente negociadas abaixo do preço-alvo do BMO Capital Markets, o banco optou por reiterar o valor-justo em 23 reais e manter a recomendação “outperform” (performance acima da média do mercado).

Capacidade

O empresário busca agora pelos números definitivos sobre a capacidade de produção dos seus ativos na Bacia de Campos. Um relatório já está sendo produzido pela consultoria DeGolyer and MacNaughton e deve apresentar as estimativas das reservas de petróleo da empresa.

Até o documento ficar pronto, a OGX notifica o mercado sobre suas descobertas mais recentes. Nesta quarta-feira foi enviado à CVM o resultado dos testes realizados pela companhia no poço de Waimea, localizado no bloco BMC-41, na Bacia de Campos. As análises indicaram que o local possui potencial produtivo de até 40.000 barris por dia de óleo pesado (classificação de aproximadamente 20 API).

A OGX ainda realizou o chamado teste de formação para avaliar a capacidade do poço de gerar um fluxo de óleo para determinadas pressões. Segundo a empresa, o desempenho foi “excelente” e “similar a resultados obtidos nos melhores poços do país”.

A conclusão da perfuração é “uma importante etapa rumo à sua primeira produção”, diz a OGX. A próxima etapa será a realização de um teste de longa duração, na qual a vazão prevista de petróleo é de até 20.000 barris diários. Estas são as últimas etapas da fase de exploração do posto. Se bem-sucedidas, a OGX passará para a etapa de produção.

Leia mais: Separe sonho da realidade ao comprar ação da OGX, afirma Santander

Direto da Bolsa: Começam negociações de papéis da Queiroz Galvão - 1ª Edição

Acompanhe tudo sobre:AcionistasAçõesAnálises fundamentalistasbolsas-de-valoresEmpresasEnergiaGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroOGpar (ex-OGX)PetróleoPré-sal

Mais de Mercados

B3: estrangeiros retiram na Super Quarta metade do valor sacado no mês

Iene em alta e dólar em queda: por que a desvalorização da moeda americana deve se acelerar

Do campo à Faria Lima, dívida da Agrogalaxy passa de R$ 4,5 bilhões

"Emergentes podem voltar a ser os queridinhos do mercado", diz Luiz Fernando Araujo, da Finacap