Inflação local e trajetória do juros ainda inspiram cautela (Gustavo Scatena/B3/Divulgação)
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Publicado em 25 de agosto de 2025 às 11h04.
Investidores estão mais otimistas com a performance das ações brasileiras em 2025, mas ainda cautelosos em aumentar sua exposição nesse mercado, aponta pesquisa recente do Itaú BBA.
De acordo com o levantamento, 47% dos investidores consultados pretendem aumentar sua alocação em ações brasileiras nos próximos seis meses – na edição anterior (maio) da pesquisa, esse índice alcançava 54%. A pesquisa foi feita neste mês de agosto com 131 investidores, com mais de 70% deles sediados no Brasil.
Por outro lado, o BBA identificou pequena melhora no sentimento em relação às ações brasileiras. No levantamento de maio, 43,3% tinham expectativa do Ibovespa alcançar entre 140 mil e 150 mil pontos no final do ano - na pesquisa de agosto, 49,6% passaram a acreditar que o índice pode chegar a esse intervalo em dezembro de 2025.
Hoje, 26,7% acreditam que o Ibovespa ficará no intervalo de 130 mil a 140 mil pontos. A média ponderada do índice no encerramento do ano, envolvendo todas as respostas dos investidores, ficou em 142,5 mil pontos.
Sobre as expectativas das ações brasileiras nos próximos seis meses, a pesquisa do BBA apontou que 79% dos investidores estrangeiros têm visão positiva sobre elas.
Com relação aos principais riscos monitorados, recessão global e nos Estados Unidos continua sendo o mais citado, apesar da queda significativa nesse item, de 62% registrado na pesquisa anterior, para os atuais 36%.
Outra preocupação dos investidores é a inflação local e a reaceleração das taxas de juros. Esse item é o segundo mais citado pelos investidores (31%), com relação aos riscos monitorados, na pesquisa do BBA. Em comparação com a pesquisa anterior, esse item preocupava 14% dos investidores.
O levantamento, por outro lado, aponta queda dos investidores apreensivos com as tarifas de importação adotadas pelos Estados Unidos. Nesse item, o índice caiu de 21% para 19% comparando a pesquisa anterior com a atual.
A pesquisa também ouviu dos investidores sobre as perspectivas de fluxo de investimentos. E as estimativas são positivas. Pelo levantamento do BBA, 45% dos investidores acreditam que o Brasil receberá entrada de recursos na categoria de mercados emergentes (ME), e 32% acreditam que o país receberá alocações maiores de investidores de mercados emergente. Já aqueles que acreditam que os fluxos permanecerão estáveis ficou em 19% - na pesquisa anterior esse item era de 10%.
Questionados sobre a temporada de balanço do 3º trimestre de 2025 das companhias listadas na Bolsa, 54% dos investidores responderam ter uma perspectiva neutra e sem revisões de resultados, seguidos por 30% que têm estimativas positivas, mas também não previram revisões de resultados.
Apenas 4% dos investidores acreditam que a nova temporada de balanços pode ser de "superação e aumento", enquanto 12% acreditam que os números podem ficar abaixo das expectativas – nesse último tópico, 18% dos investidores estrangeiros creem numa temporada negativa de balanço, mas com baixa limitada nos resultados.
Os setores que os investidores estão mais alocados, de acordo com a pesquisa do BBA, são: utilities (61,8%), grandes bancos (44,3%), mercado financeiro (excluindo grandes bancos) (35,1%) e construtoras (30,5%). Já os setores mais evitados incluem de commodities – como ferro e aço e óleo e gás – e educação.
As 10 top picks do mercado que a pesquisa apurou junto aos investidores são: Sabesp (SBPC3), BTG Pactual (BPAC11), Itaú (ITUB4), Eletrobras (ELET3), Nubank (ROXO34), Copel (CPLE6), Equatorial (EQTL3), Rede D’Or (RDOR3), Prio (PRIO3) e Mercado Livre (MELI34).