PEC da Previdência: otimismo retrocedeu um pouco e a incerteza é muito elevada (Cleia Viana/Agência Câmara)
Karla Mamona
Publicado em 23 de abril de 2019 às 15h40.
Última atualização em 24 de abril de 2019 às 18h20.
Investidores e economistas estão reduzindo as suas expectativas quanto à data de aprovação da reforma da Previdência no Congresso, assim como em relação à economia esperada da proposta final.
O aumento do ruído político ao longo das últimas semanas esfriou o otimismo por parte dos agentes do mercado, que agora veem o projeto sendo aprovado na Câmara dos Deputados na segunda metade do ano.
A expectativa é que o projeto leve a uma economia em torno de R$ 600 bilhões em 10 anos, cerca de metade da proposta original enviada pelo governo. A estimativa mais otimista vê uma economia de até R$ 900 bilhões. As informações foram obtidas por meio de entrevistas e relatórios.
A maior parte das instituições financeiras consultadas pela Bloomberg espera que o projeto seja aprovado na Câmara no terceiro trimestre. AllianceBernstein e RBC Capital Markets são algumas das casas que veem o aval dos deputados apenas nos últimos três meses do ano.
"O otimismo retrocedeu um pouco e a incerteza é muito elevada", disse Tania Escobedo, estrategista do RBC Capital Markets e uma das melhores analistas do real no último ano, de acordo com rankings da Bloomberg.
A tramitação da reforma da Previdência no Congresso tem sido marcada por sucessivos contratempos, que atrasaram o cronograma para aprovação do projeto. A reforma ainda está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
| Instituição | Aprovação na Câmara | Economia em 10 anos |
|---|---|---|
| AllianceBernstein | 4º trimestre | R$ 600 bi |
| ARX Investimentos | Agosto | R$ 600 bi - R$ 700 bi |
| Barclays | Começo de julho | R$ 600 bi-R$ 700 bi |
| BBVA | 4º trimestre | R$ 660 bi |
| Bloomberg Economics | Setembro | R$ 550 bi |
| BNP Paribas | Agosto | R$ 500 bi-R$ 600 bi |
| Bradesco | Julho/Agosto | R$ 600 bi-R$ 900 bi |
| Brown Brothers Harriman | 4º trimestre | R$ 600 bi |
| BTG Pactual | 3º trimestre | R$ 600 bi-R$ 700 bi |
| Citigroup | 3º trimestre | R$ 500 bi |
| Credit Agricole | 3º trimestre | R$ 600 bi-R$ 700 bi |
| Credit Suisse | 2º semestre | R$ 660 bi |
| JPMorgan | 3º trimestre | R$ 700 bi |
| Invesco | 2º semestre | R$ 700 bi |
| Itaú Unibanco | 3º trimestre | R$ 540 bi-R$ 800 bi |
| MB Associados | Fim de junho | R$ 700 bi-R$ 800 bi |
| Mizuho | Setembro | R$ 600 bi |
| MUFG | Agosto | R$ 500 bi-R$ 600 bi |
| Natixis | Junho | R$ 650 bi |
| Novus Capital | Julho | R$ 700 bi |
| Santander Brasil | 3º trimestre | R$ 615 bi |
| Rabobank | Julho/agosto | R$ 700 bi |
| RBC Capital Markets | 4º trimestre | R$ 300 bi-R$ 400 bi |
| Rio Bravo | Julho/agosto | R$ 700 bi-R$ 800 bi |
| Rosenberg | Agosto | R$ 600 bi-R$ 700 bi |
| Schroders | Fim do 3º tri/início do 4º | R$ 600 bi |
| SulAmerica Investimentos | 4º trimestre | R$ 600 bi |
| TD Securities | Agosto/setembro | R$ 600 bi |
| Tendências | 3º trimestre | R$ 650 bi |
| Western Asset | Agosto | R$ 600 bi |