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Investidor brasileiro é viciado no CDI, diz diretor do Credit Suisse

Fábio Jacob avalia ainda que o mercado brasileiro parece fechado para novas emissões de ações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 18h21.

São Paulo – O investidor brasileiro é viciado em investimentos que pagam o CDI (Certificado de Depósitos Interfinanceiros) – que acompanham a Selic – e tem acesso fácil a essa droga. Essa é a avaliação do diretor de commodities e Flow Structuring do Credit Suisse, Fábio Jacob.

“Por que carregar um papel que não tem nenhuma ou pouca liquidez no mercado secundário para ganhar 50 a 70 pontos-base a mais se você pode colocar todo o seu dinheiro no curtíssimo prazo com liquidez diária e ganhar o CDI?”, disse o executivo durante evento realizado pela revista EXAME e pela FGV em São Paulo nesta terça-feira.

“O investidor brasileiro é viciado no CDI e tem acesso muito rápido a essa droga”, explica. Jacob avalia que o mercado de capitais local ainda é muito seletivo e que apenas os nomes óbvios têm conseguido sucesso em suas emissões.

“Não vimos nos últimos anos nenhum emissor surpreendentemente novo porque o mercado doméstico é bastante restrito. Com o cenário de incertezas, as instituições financeiras ficam cada vez mais seletivas”, avalia.

Para ele, eventos como o do banco Cruzeiro do Sul, que sofreu intervenção do Banco Central, não ajudam os emissores. “A seletividade aumenta, a dificuldade de funding é maior e tem um empoçamento de liquidez, que está sendo direcionada para mais do mesmo”, ressalta.

Ações

O diretor do Credit Suisse afirma ainda que as medidas do governo sobre as empresas têm afetado o desempenho das ações. “A pressão sobre empresariado brasileiro é muito grande, o que tem feito com que as ações brasileiras não desempenhem muito bem”, diz.

E com a performance da bolsa decepcionando, a queda do Ibovespa em 2012 chega a 3%, a expectativa é de que o ambiente continue ruim para novas emissões de ações (IPO, na sigla em inglês). Apenas três IPOs foram realizados na BM&FBovespa em 2012.

“Olhando empresas estabelecidas com longo histórico não indo bem, por que você irá se aventurar em estreantes no mercado acionário? O mercado, neste momento, eu diria que está bem fechado para novas emissões e ações, pelo menos por enquanto”, analisa.

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