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Investida da China contra big techs coloca IPOs nos EUA em risco

Há 34 IPOs de empresas chinesas pendentes em bolsas americanas; após estreia da Didi na NYSE, empresa terá segurança cibernética revisada pelo governo local

Estreia da Qutoutiao na Nasdaq (Drew Angerer/Getty Images)

Estreia da Qutoutiao na Nasdaq (Drew Angerer/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 6 de julho de 2021 às 09h44.

Empresas chinesas que buscam abrir o capital nos Estados Unidos agora enfrentam uma tarefa mais difícil ao promover suas ações para possíveis investidores.

Enquanto o governo de Pequim investiga a Didi Global - a versão chinesa da Uber - e duas outras companhias que recentemente estrearam em Wall Street, gestores globais de renda variável questionam se a ameaça regulatória representada pelas crescentes investidas da China para controlar o big data é um risco que vale a pena correr.

“A situação da Didi reforça o fato de que a China está incomodada com a enxurrada de IPOs dos EUA por empresas de tecnologia chinesas e está tentando desacelerar a recepção desses IPOs no Ocidente”, disse Hans Albrecht, gestor da Horizons ETFs Management Canada. “Embora os nomes chineses pareçam ter mais valor, sofrerão com esse impacto por algum tempo.”

A mais recente investida do governo chinês contra o setor de tecnologia ameaça esfriar o entusiasmo de investidores quando há cerca de 34 registros pendentes de listagens nos EUA por empresas com sede na China ou Hong Kong anunciadas este ano, segundo dados compilados pela Bloomberg. Essas ofertas ocorrem em ritmo recorde, com mais de US$ 15 bilhões levantados em IPOs desde janeiro em Nova York.

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Na sexta-feira, a China disse que iniciou uma revisão de segurança cibernética da empresa de aplicativo de transporte. A agência reguladora do país informou dois dias depois que a Didi cometeu graves violações na coleta e uso de informações pessoais, e então ordenou que o aplicativo da empresa fosse removido das lojas.

A China também investiga a Kanzhun, proprietária de uma plataforma de recrutamento online, e a Full Truck Alliance, uma startup de transporte por caminhão semelhante à Uber. Ambas as empresas estrearam nas bolsas dos EUA recentemente.

“O governo chinês poderia ter impedido que os IPOs acontecessem, como fizeram com a Ant”, disse Sharif Farha, gestor do Safehouse Global Consumer Fund, em Dubai. “Em vez disso, permitiram que os investidores globais fossem prejudicados e, consequentemente, abalaram a confiança de muitos investidores estrangeiros. Embora não tenhamos participado de nenhuma dessas listagens, imaginamos que vários fundos considerariam sair.”

Uma empresa que em breve deve testar o humor do mercado é a Lalamove, plataforma de logística e entrega sob demanda de Hong Kong. A companhia entrou com registro confidencial para uma oferta pública inicial nos Estados Unidos no mês passado, segundo pessoas com conhecimento do assunto, e busca levantar pelo menos US$ 1 bilhão.

A nova investida é “uma notícia muito ruim para a imagem dessas empresas chinesas no exterior”, disse Ipek Ozkardeskaya, analista sênior da Swissquote Group Holdings. “É um golpe terrível para o apetite dos investidores estrangeiros.”

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