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Intermediário concentra debêntures de empresas fechadas

A grande participação das empresas de capital fechado no total das emissões de debêntures contribuiu para a elevada concentração desses papéis

Gráficos (Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 16h21.

São Paulo - O vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Alberto Kiraly, disse que a grande participação das empresas de capital fechado no total das emissões de debêntures feitas este ano contribuiu para a elevada concentração desses papéis nas mãos dos intermediários e demais participantes ligados à oferta.

Dos R$ 37,502 bilhões de debêntures emitidas pela instrução CVM 476 neste ano, até outubro, 71,6% ficaram com os intermediários e participantes ligados à oferta e 28,3%, com investidores institucionais, de acordo com os números apresentados pela Anbima. Kiraly acrescentou que, considerando os R$ 40,933 bilhões de debêntures emitidas até novembro de 2011, notou-se que 51,2% foram lançadas por empresas de capital fechado, subscritas em 90% pelas instituições intermediárias participantes dos consórcios de distribuição.

Kiraly disse esperar que parte dos papéis que estão entre as instituições intermediárias migrem para outros investidores ao longo do tempo e que algumas empresas, a partir da experiência de captação no mercado, abram seu capital. Ele afirmou também que, em 2011, o prazo médio das debêntures de modo geral manteve-se próximo ao nível de 2010, ao redor de 5,1 anos, tomando por base as emissões feitas até novembro de 2011.

Remuneração

Segundo a apresentação feita pelo vice-presidente da Anbima, a remuneração dos papéis concentrou-se em 108% a 121% do DI. "Esperamos que, ao longo do tempo, a remuneração migre para indexadores de inflação e de cupom fixo", afirmou. As empresas do setor de energia elétrica, que têm previsibilidade de caixa, e, portanto, bom risco, disse Kiraly, estiveram entre as que mais acessaram o mercado, seguidas pelas empresas de construção civil e de transporte.


Segundo ele, o principal destino dos recursos captados foi para o refinanciamento de passivo, já que, em 2009, durante a crise anterior, muitas empresas captaram a prazos curtos, em torno de dois anos.

O vice-presidente da Anbima notou que algumas empresas utilizaram o instrumento de notas promissórias como empréstimo ponte em operações que serão refinanciadas por papéis mais longos. De acordo com os números da Associação, foram captados R$ 15,413 bilhões por meio de notas promissórias, enquanto em todo o ano de 2010 as emissões desses papéis atingiram R$ 18,737 bilhões.

Em operações de Fundo de Direitos Creditórios (FIDC) foram feitas, até novembro, R$ 10,388 bilhões em captações pelo instrumento, contra R$ 13,810 bilhões em todo o ano de 2010, de acordo com a Anbima. Kiraly espera crescimento desse mercado em 2012, diante do incentivo atualmente concedido ao financiamento do consumo do governo e de que, por isso, as instituições precisarão do instrumento para reciclar tal crédito.

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