Invest

Intel tem o maior prejuízo de sua história, mas ações sobem mais de 6% no pré-mercado

Lucro por ação e receita vieram acima do esperado pelo mercado

Companhia já informou que não pagará dividendos neste ano, assim como aconteceu em 2023 (David Becker / Colaborador/Getty Images)

Companhia já informou que não pagará dividendos neste ano, assim como aconteceu em 2023 (David Becker / Colaborador/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 06h05.

A Intel informou que teve um prejuízo líquido de US$ 16,6 bilhões no último trimestre, o maior em seus 56 anos de história. O número excedeu em US$ 1,1 bilhão o esperado por analistas.

Ao mesmo tempo, a receita da Intel no trimestre foi de US$ 13,3 bilhões, um declínio de 6% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ligeiramente acima das previsões de Wall Street.

Veja como a empresa se saiu em comparação com o consenso do mercado:

  • Lucros por ação: 17 centavos ajustados vs. perda de 2 centavos esperada
  • Receita: US$ 13,3 bilhões vs. US$ 13,02 bilhões esperados

Com esses números, as ações da fabricante de chips caíram 3,5% nesta quinta-feira, mas chegaram a subir 8% após o fechamento das negociações. No pré-mercado desta sexta, operavam em alta de mais de 6%. No ano, os papéis da companhia já se desvalorizaram 57%. O S&P 500 ganhou 20% no mesmo período.

A Intel disse que espera que a receita no trimestre atual fique entre US$ 13,3 bilhões e US$ 14,3 bilhões, em comparação com as expectativas dos analistas de cerca de US$ 13,7 bilhões.

A empresa também informou que as demissões anunciadas no início deste ano totalizariam 16.500, acima da meta anterior de 15.000.

A Intel disse que US$ 2,8 bilhões dos encargos do último trimestre resultaram de indenizações e outros custos de reestruturação, com uma grande parcela do restante proveniente de impostos e baixas contábeis de equipamentos.

"No período da pandemia, onde havia aquele sentimento de demanda maior por PCs, a expectativa para os nossos chips Intel 7 era muito maior do que a realidade de hoje", disse o CEO Pat Gelsinger, acrescentando que o equipamento para fazer os chips não poderia ser reaproveitado para fazer outros mais avançados.

Financiamento e sem dividendos

Para ajudar a financiar sua expansão de produção, a Intel está contando com subsídios governamentais de até US$ 11,5 bilhões do Chips Act de 2022. A empresa continua discutindo os termos finais desses subsídios provisórios com o governo dos EUA, um atraso que Gelsinger disse na quinta-feira ser decepcionante.

No ano passado, a Intel cortou seus dividendos em meio aos gastos em novas fábricas. Neste ano, o dividendo também está descartado num momento de demissões e outras medidas para cortar custos em mais de US$ 10 bilhões para 2025.

Essas dificuldades fizeram com que o valor de mercado da empresa caísse para menos de US$ 100 bilhões.

Dado o momento problemático da empresa, algumas especulações já aparecem. O The Wall Street Journal informou em setembro que a Qualcomm abordou a Intel sobre uma potencial aquisição. Na quinta-feira, Gelsinger classificou essa tipo de informação como “rumores” sem utilidade.

Acompanhe tudo sobre:Intel

Mais de Invest

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Loteria dos EUA busca apostador que ganhou R$ 17 milhões e não buscou prêmio

Ibovespa opera em queda e dólar sobe após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Receita Federal atualiza declaração de bens para viajante; veja o que muda