Invest

Inflação se mantém estável em abril nos EUA: será o suficiente para o Fed?

Fed aumentou suas taxas de referência a níveis máximos em mais de duas décadas, de 5,25%-5,50%, em uma tentativa para conter a inflação

Inflação: alta de preços é assunto central para os Estados Unidos (o: Khanchit Khirisutchalual/Getty Images)

Inflação: alta de preços é assunto central para os Estados Unidos (o: Khanchit Khirisutchalual/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 31 de maio de 2024 às 14h34.

Última atualização em 31 de maio de 2024 às 14h44.

A inflação nos Estados Unidos manteve-se estável em abril, um alívio para os americanos depois do aumento no começo do ano que instalou nos mercados o medo de que as taxas de juro altas se prolongassem por mais tempo. 

O índice PCE de inflação, o preferido do Federal Reserve (Fed, banco central americano), publicado nesta sexta-feira, mostrou uma inflação de 2,7% em 12 meses e de 0,3% em relação a março.

Os dados estão em linha com o esperado pelos analistas.

A inflação subjacente, um índice-chave para a economia que exclui os preços mais voláteis da alimentação e energia, também se manteve estável na medição interanual, em 2,8%, mas na comparação mês a mês também registrou uma pequena redução, a 0,2%.

Donald Trump, que espera voltar à Casa Branca, acusa o presidente Joe Biden de ser o responsável por uma inflação pertinente.

A alta de preços é um tema central para os americanos. A inflação implode o poder de compra e é assunto prioritário na campanha eleitoral.

O Fed decidiu aumentar suas taxas de referência a níveis máximos em mais de duas décadas, de 5,25%-5,50%, em uma tentativa para conter a inflação. Taxas altas encarecem o crédito e com isso desestimulam o consumo e os investimentos, limitando, desta forma, a pressão sobre os preços.

Será suficiente?

O dado não será suficiente para convencer o Fed a baixar suas taxas: "O contexto inflacionário sugere que os responsáveis [do Banco Central] se mostrarão pacientes", comentou Rubeela Farooqi, economista-chefe da High Frequency Economics.

Segundo Farooqi, poderão "reagir se o mercado de trabalho desacelerar mais do que o previsto, pois isso teria impacto na demanda e trajetória do PIB".

A outra medida principal de inflação, o índice de preços ao consumo ou IPC, publicado no início de abril, caiu a 3,4% anual em abril frente a 3,5% em março.

Consumo mais fraco

Enquanto isso, os gastos dos americanos, o motor da maior economia do mundo, sofreram acentuadamente em abril, subindo apenas 0,2% em relação a março, anunciou o Departamento de Comércio. Em março, o aumento foi de 0,7% em relação a fevereiro.

O crescimento da renda também foi moderado, chegando a 0,3% em abril, ante 0,5% em março.

“Os dados iniciais de gastos apontam para uma nova moderação no consumo no segundo trimestre”, observou Farooqi.

A economia dos EUA está sentindo o impacto do crédito caro. No primeiro trimestre deste ano, o PIB cresceu apenas 1,3% em uma projeção anualizada (a estimativa de 12 meses se as condições se mantiverem no momento da medição), em comparação com 3,4% no quarto trimestre de 2023.

A próxima reunião de política do Fed ocorrerá em 11 e 12 de junho, e o mercado espera que as taxas permaneçam inalteradas.

O aumento da inflação no início do ano atrasa a decisão de cortar as taxas.

Acompanhe tudo sobre:Fed – Federal Reserve SystemJurosInflaçãoEstados Unidos (EUA)

Mais de Invest

Receita abre nesta sexta-feira consulta ao lote residual de restituição do IR

O que é circuit breaker? Entenda e relembre as ‘paradas’ da bolsa brasileira

15 ideias de fazer renda extra pela Internet

Mutirão de negociação: consumidores endividados têm até dia 30 para renegociar dívidas