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Inflação nos EUA: o que esperar do PCE de janeiro - e por que é decisivo para os juros americanos?

O índice é o principal termômetro do Federal Reserve para mensurar a inflação americana

Na quinta-feira, 29, será divulgado o Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (Henryk Sadura/Getty Images)

Na quinta-feira, 29, será divulgado o Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos (Henryk Sadura/Getty Images)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 28 de fevereiro de 2024 às 19h59.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2024 às 20h07.

Sem dúvidas, os dados mais aguardados pelos investidores nesta semana são do Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, referente ao mês de janeiro. A ser divulgado amanhã, 29, a expectativa se deve ao fato de o índice ser o principal termômetro do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para medir a inflação de lá — que, enquanto não atingir a meta de 2%, sustentará a taxa de juro em patamares elevados.

As projeções do mercado para o PCE dos EUA em janeiro apontam para um crescimento de 0,4% na base mensal frente a um aumento de 0,2% no mês anterior. Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, a expectativa é de avanço de 2,4%. Sobre o núcleo, que exclui itens voláteis, as estimativas apontam para um avanço de 2,8%.

Renato Nobile, gestor da Buena Vista, dentre os períodos mensurados, é a variação mensal do consumo americano que promete fazer mais preço. “Acredito que o PCE virá um pouco acima na comparação com o mês anterior, mas no anualizado ele virá abaixo justamente pelas sazonalidades de final e começo de ano, bem como por conta da questão do inverno por lá.”

Por que o PCE dos EUA é aguardado pelo mercado?

Já Jerson Zanlorenzi, head da mesa de ações e derivativos do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), destaca que o PCE de janeiro tem alimentado a expectativa dos investidores, devido à “piora” das condições de risco internacional que ocorreu após a divulgação de outro dado inflacionário divulgado no mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI).

Na ocasião, os dados de dezembro fecharam em alta de 0,3%, acima das projeções de 0,2%. “O PCE pode corroborar que [o CPI] se tratou de um dado fora da tendência e que a desaceleração da inflação continua nos EUA. Ou não, caso ele venha acima das expectativas e surpreenda negativamente o mercado internacional”, diz Zanlorenzi. Segundo o especialista, os números de amanhã podem garantir dois cenários para os mercados (americanos e globais): “ou vai interromper a preocupação de que a atividade econômica não está desacelerando ou justamente vai reforçar que o cenário de inflação está diferente do que o mercado havia precificado no final do ano passado."

Enquanto isso, Nobile frisa que números fortes podem fazer a precificação do corte de juros americanos, pelo Fed, sejam adiados para meados do segundo semestre — mais distante do otimismo de investidores que apontavam para maio ou junho o início da flexibilização monetária. “Mas, independente do dado de curto prazo, caso a inflação fique um pouco mais reticente de cair, acreditamos que estaremos no início de um bull market no mercado acionário americano.”

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