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Inflação na zona do euro registra queda pelo terceiro mês consecutivo

Em dezembro de 2022, a taxa de inflação foi de 9,2%, depois de registrar o recorde histórico de 10,6% em outubro

22 June 2022, Baden-Wuerttemberg, Rottweil: The lettering Euro can be seen on a 1-Euro coin next to a 20-Euro Schin in an office. Photo: Silas Stein/dpa (Photo by Silas Stein/picture alliance via Getty Images) (Silas Stein/picture alliance/Getty Images)

22 June 2022, Baden-Wuerttemberg, Rottweil: The lettering Euro can be seen on a 1-Euro coin next to a 20-Euro Schin in an office. Photo: Silas Stein/dpa (Photo by Silas Stein/picture alliance via Getty Images) (Silas Stein/picture alliance/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 1 de fevereiro de 2023 às 09h50.

A inflação em ritmo anual da zona do euro registrou queda pelo terceiro mês consecutivo, a 8,5% em janeiro, após a desaceleração dos preços da energia, anunciou nesta quarta-feira (1º) a agência europeia de estatísticas Eurostat.

Em dezembro de 2022, a taxa de inflação foi de 9,2%, depois de registrar o recorde histórico de 10,6% em outubro, seguido por 10% em novembro, quando teve início a tímida tendência de queda.

O índice de 8,5% de janeiro ficou abaixo da expectativa dos analistas em geral, como a da consultoria Factset, que projetava uma inflação 9,0%.

Neste cenário, a inflação parece finalmente consolidar uma tendência de retração, depois de um ano e meio de altas que provocaram diversos alertas.

A Eurozona é o grupo de 20 dos 27 países da União Europeia (UE) que adotam a moeda comum, o euro, e têm o Banco Central Europeu (BCE) como principal autoridade monetária.

Como nos meses anteriores, o preço da energia foi o principal vetor da taxa de inflação, apesar de ter registrado um forte retrocesso, passando de 25,5% em dezembro a 17,2% em janeiro.

O setor de alimentos, bebidas alcoólicas e tabaco registrou alta de 14,1%, superando o índice de 13,8% de dezembro de 2022.

Os bens industriais não energéticos também tiveram uma leve alta, com índice de 6,9% em janeiro, contra 6,2% no mês anterior. Os serviços recuaram de 4,4% em dezembro para 4,2% em janeiro.

Entre as principais economias da zona do euro, a Espanha registrou inflação de 5,8% em janeiro e a França de 7,0%, abaixo da média do grupo de países com a moeda única.

Os países bálticos prosseguiram com índices muito elevados: Estônia com 18,8%, Letônia com 21,6% e Lituânia com 18,4%.

Para Mateusz Urban, economista da consultoria Oxford Economics, "a principal razão para a queda da inflação geral foi, mais uma vez, a moderação da inflação de preços da energia".

Ao mesmo tempo, ele destaca que "o núcleo da inflação permaneceu estável em 5,2%, o que mostra a persistência das pressões inflacionárias subjacentes na zona do euro".

Ele acredita que "a inflação geral atingiu o pico no quarto trimestre do ano passado e continuará em queda ao longo de 2023".

Jack-Allen Reynolds, da consultoria Capital Economics, alertou que o resultado de janeiro divulgado pela Eurostat deve ser analisado com cuidado, devido à ausência momentânea de dados sobre o desempenho da Alemanha.

"Um 'problema de processamento de dados' na agência de estatísticas da Alemanha fez com que os dados alemães fossem estimados e, portanto, é provável que não sejam confiáveis", disse Allen Reynolds.

Ele acrescentou que ninguém deve ficar surpreso se o resultado for reajustado para cima na revisão programada para 23 de fevereiro.

Mas tudo isso, acrescentou, é "apenas ruído" quando se trata de política monetária: "a inflação subjacente envia um sinal claro: as pressões sobre os preços continua forte".

Neste cenário, ele acredita que o BCE deve manter a atual política monetária e elevar ainda mais a atual taxa básica de referência, a 3,5%.

Na terça-feira, a Eurostat anunciou que a economia da zona do euro cresceu 0,1% no quarto trimestre de 2022, o que afasta uma recessão que parecia iminente.

No conjunto de 2022, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro avançou 3,5%, informou a Eurostat, um percentual superior ao registrado em 2022 na China (3,0%) e nos Estados Unidos (2,1%).

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