Radar: semana é marcada pela divulgação do IPCA e do IBC-Br no Brasil (Paulo Whitaker/Reuters)
Repórter de finanças
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 08h34.
Os mercados internacionais operam sem direção definida nesta segunda-feira, 9. Os futuros dos Estados Unidos ensaiam uma recuperação modesta depois do sell-off na sexta-feira, 6, desencadeado pelo arrefecimento do mercado de trabalho americano. Na Europa, de olho na reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira, 12, as bolsas abriram em alta. Na Ásia, reagindo aos dados do payroll, os mercados fecharam majoritariamente em queda.
Na agenda de indicadores, o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) divulgou pela manhã o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China.
O indicador registrou um avanço anual de 0,6% em agosto, abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,8% no período. Em relação ao mês passado, o indicador acelerou 0,4%, ante um avanço de 0,5% de julho.
Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) chinês caiu 1,8% na comparação anual do mês passado, informou o NBS. Ante julho, o PPI cedeu 0,7% em agosto.
Investidores repercutem a divulgação do Boletim Focus, que trouxe uma alta significativa para a Selic deste ano.
O Banco Central (BC) elevou a projeção da taxa básica de juros brasileira de 10,50% para 11,25% ao final de 2024. Para 2025, a Selic também foi revisada para cima: de 10% para 10,25%. Já nos outros anos, o BC manteve as medianas em: 9,50% (2026) e 9% (2027).
O Focus também trouxe um aumento no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024: de 4,26% para 4,30%. Essa foi a sétima alta seguida.
Já o IPCA para 2025, 2026 e 2027 não passaram por revisão, ficando em: 3,92%, 3,60% e 3,50%, respectivamente.
A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano também foi revisada significativamente para cima, de 2,46% para 2,68%, assim como a de 2025, que avançou de 1,85% para 1.90%. Já as projeções de 2026 e 2027 ficaram estáveis em 2%.
Por fim, as projeções do câmbio para 2024 e 2026 subiram de R$ 5,33 para R$ 5,35 (2024); e de R$ 5,28 para R$ 5,30 (2026), enquanto as de 2025 e 2027 se mantiveram ambas em R$ 5,30.
De olho na semana, o Departamento de Estatísticas do Trabalho divulgará, na quarta-feira, 11, o CPI e o PPI de agosto.
Depois do payroll, relatório de empregos do setor privado não agrícola, os dois dados são os mais importantes para ditar a dimensão do primeiro corte na taxa de juros dos Estados Unidos desde a pandemia.
Por aqui, o principal dado da semana é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto que sai nesta terça-feira, 10, além de dados do setor de serviços também amanhã. Já o dado de vendas no varejo será divulgado na quinta.
Na sequência, o Banco Central (BC) divulga, na sexta-feira, 13, o Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br) de julho, considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Na Europa, o destaque principal da semana é a reunião do Banco Central Europeu (BCE). A expectativa, por lá, é que os dirigentes optem por cortar os juros. Na reunião do dia 6 de junho, o BCE cortou a taxa de juros da zona do euro de 4% para 3,75%.
Já na reunião do dia 18 de julho, manteve os juros neste patamar. Entretanto, Christine Lagarde, presidente do BCE, disse que a decisão de setembro estava "totalmente aberta".