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Inflação americana, ata do Copom, confusão em Brasília e o que mais move o mercado

Bolsas sobem no exterior à espera de CPI de novembro; economistas projetam que inflação americana desacelere pelo quinto mês seguido

Inflação americana: mercado projeta CPI de 7,3% (o: Khanchit Khirisutchalual/Getty Images)

Inflação americana: mercado projeta CPI de 7,3% (o: Khanchit Khirisutchalual/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de dezembro de 2022 às 07h33.

Última atualização em 13 de dezembro de 2022 às 07h49.

Bolsas internacionais operam em alta nesta manhã de terça-feira, 13, enquanto investidores seguem à espera do Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A projeção mediana do mercado é de que o CPI de novembro fique em 0,3%, recuando de 7,7% para 7,3% no acumulado de 12 meses. O consenso para o núcleo do CPI é de desaceleração de 6,3% para 6,1%.

O dado é o mais aguardado da semana, com potencial de alterar as expectatiavas sobre a condução da política monetária americana. Números abaixo das projeções para o CPI tendem a impulsionar as bolsas de valores, com investidores precificando um cenário mais brando para o Federal Reserve (Fed) controlar a inflação americana. No mês passado, quando o CPI de outubro saiu abaixo do consenso, o S&P 500 subiu mais de 5%. A esperança de investidores é de que o episódio se repita em alguma magnitude nesta terça.

Se confirmada as expectativas do mercado, será o quinto mês de desaceleração da inflação americana. O pico, batido em junho, foi de 9,1%. Com a inflação decrescente, investidores esperam que o Fed  reduza o ritmo de alta de juros para 0,50 ponto percentual na decisão desta quarta-feira, 13, após ter elevado a taxa em 0,75 p.p. por quatro vezes seguidas. Mas, segundo o monitor do CME Group, o mercado ainda precifica mais de 25% de chance de mais uma alta de 0,75 p.p. para amanhã.

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Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,30%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,37%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,46%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,21%
  • DAX (Frankfurt): + 0,72%
  • CAC 40 (Paris): + 0,56%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,68%
  • Shangai Composite (Xangai)*:  - 0,09%

Ata do Copom

No Brasil, onde o Banco Central manteve sua taxa de juros inalterada na decisão da semana passada, investidores deverão digerir a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária . O documento, que será divulgado ainda nesta manhã, deve trazer mais detalhes de como o BC tem avaliado os riscos fiscais diante de propostas para aumento de gastos sem contrapartidas e sinalizações de um governo mais expansionista no próximo ano.

Lei das estatais sob ameaça?

As movimentações políticas, por sinal, seguem no radar de investidores. A bolsa brasileira teve mais um dia de queda na véspera, sem conseguir acompanhar as altas do mercado internacional, após um relatório da consultoria Eurásia afirmar que o novo governo pretende revogar a lei das estatais com o intuito de facilitar a indicações de políticos. O mercado também reagiu mal aos rumores de que o ex-ministro Aloízio Mercadante estaria cotado para assumir a presidência do BNDES.

A análise de especialistas é de que, para a indicação de Mercadante, precisaria ser alterada justamente a lei das estatais. Mas, segundo notícia desta manhã da Veja, Mercadante deverá ser assessor especial do planalto, e não presidente do BNDES durante o governo Lula. O petista também negou a intenção de alterar a lei.

As quedas do mercado local coincidiram com a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral. O evento foi marcado por um discurso inflamado do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que prometeu represálias aos autores de atos antidemocráticos.

Confusão em Brasília

Após o evento, Alexandre de Moraes ainda determinou a prisão temporário do indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador do atual presidente Jair Bolsonar. Em resposta a Alexandre de Moraes, bolsonarista provocaram o caos nas ruas de Brasília, com ônibus e carros incendiados e tentativa de invadir o prédio da Polícia Federal. Apesar do tumulto, a tendência é de que se não tiverem efeito econômico concreto, para o mercado, os protestos não passarão de ruídos.

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