Mercados

Índice do medo atinge maior patamar desde a crise financeira de 2008

Indicador VIX chegou a disparar 48% nesta segunda-feira (9) e ultrapassou os 60 pontos pela primeira vez desde a quebra do banco americano Lehman Brothers

VIX: às 14h30, o índice era cotado em 51,94 pontos (Getty Images/Getty Images)

VIX: às 14h30, o índice era cotado em 51,94 pontos (Getty Images/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de março de 2020 às 14h33.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 16h37.

O atual pânico no mercado já se assemelha ao da maior crise financeira do século. Pelo menos, é o que indica o “índice do medo”. Feito com base na volatilidade do índice americano S&P 500, o VIX chegou a disparar 48% nesta segunda-feira (9) e ultrapassou os 60 pontos pela primeira vez desde 2008, quando as bolsas do mundo inteiro despencaram, pressionadas pela bolha do subprime, depois da quebra do banco Lehman Brothers. Por volta das 14h30, o VIX seguia em 51,94 pontos.

Embora analistas e economistas do mercado ainda acreditem que as bolsas vão se recuperar até o final do ano, os recentes acontecimentos preocupam os investidores. A aversão a riscos, impulsionada pelo surto de coronavírus, ganhou ainda mais força neste fim de semana.

Após se desentender com a Rússia na negociação sobre cortes de produção de petróleo, a Arábia Saudita anunciou que irá reduzir o preço do barril e aumentar a oferta. A medida derrubou o preço da commodity no mercado internacional em mais de 30% e fez saltar a preocupação de como a Rússia pode reagir.

Na mínima desta segunda-feira, o barril de petróleo futuro negociado nos Estados Unidos chegou a ser negociado por 27,34 dólares. “Para alguns países fica inviável extrair petróleo quando a cotação está abaixo dos 30 dólares – e isso pode provocar uma reação em cadeia na economia”, comentou Jefferson Laatus estrategista-chefe e fundador do Grupo Laatus.

Além da Rússia, o Irã deve ser outro país amplamente impactado pela forte desvalorização do petróleo, o que poderia aumentar ainda mais a tensão no Oriente Médio. Laatus não descarta uma guerra na região. “As chances de um conflito armado estão muito maiores agora do que quando os Estados Unidos mataram o general iraniano Qassem Soleimani”, disse.

Em meio a incertezas, a corrida por segurança aumenta. Inversamente proporcional à demanda, os rendimentos dos títulos americanos de 10 anos pré-fixados ficavam próximos de sua mínima histórica, em 0,518% ao ano.

Coronavírus

O avanço do número de casos de coronavírus continua no radar dos investidores. No mundo, a quantidade de infectados já chega 111.950 – sendo 27,9% fora da China – epicentro da doença. Itália, Irã e Coréia do Sul seguem como os países com mais casos confirmados, ultrapassando 7 mil. França, Alemanha e Espanha aparecem logo atrás, com pouco mais de 1 mil infectados.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresCoronavírusStandard & Poor's

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off