Petrobras: preferencial da Petrobras chegou a cair mais de 2,5 por cento mais cedo, quando foi a principal pressão negativa sobre o Ibovespa (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2013 às 17h56.
São Paulo - O mercado acionário brasileiro fechou em alta nesta sexta-feira, seguindo as bolsas nova-iorquinas e com a melhora dos papéis da Petrobras e da OGX ajudando a levantar seu principal índice.
O Ibovespa teve alta de 0,68 por cento, a 52.848 pontos. Na semana, houve desvalorização de 1,66 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 5,2 bilhões de reais.
Pela manhã, o Ibovespa operou em queda, mas conseguiu inverter o sinal na parte da tarde e fechar no azul, conforme a preferencial da Petrobras e a ação da OGX passaram para o campo positivo e a preferencial da Vale ampliou ganhos.
"Nesta semana e na última o mercado recuou, então chegou a um ponto em que encontra um suporte, uma força compradora", afirmou o operador Rudimar Joner Filho, da Banrisul Corretora.
A preferencial da Petrobras chegou a cair mais de 2,5 por cento mais cedo, quando foi a principal pressão negativa sobre o Ibovespa, reagindo à decisão da agência de classificação de risco Moody's de rebaixar o rating em escala global da estatal brasileira de "A3" para "Baa1".
"O balanço da companhia tem alguns aspectos preocupantes, como alta alavancagem e defasagem dos preços dos combustíveis, o que afetou muito a empresa", disse o analista de renda variável João Pedro Brugger, da Leme Investimentos. "Embora não seja uma surpresa, certamente não ajuda a ação", completou.
Companhias do setor siderúrgico como Gerdau e CSN também colaboraram para que o Ibovespa fechasse no campo positivo.
Na outra ponta, a operadora de telefonia Oi foi novamente destaque de queda, após já ter recuado na véspera, quando investidores reavaliaram os desdobramentos da fusão da operadora brasileira com a Portugal Telecom, anunciada na quarta-feira.
A bolsa teve um dia de volume financeiro reduzido, em meio à agenda interna e externa fraca. O Departamento do Trabalho dos EUA atrasou a divulgação do relatório de folhas de pagamento, normalmente um foco de atenção do mercado, devido à paralisação parcial do governo, que já está no quarto dia.
Nesta sexta, o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, disse que a Casa não vai votar um projeto de lei de Orçamento "limpo", sem condições, para acabar com a paralisação do governo e pediu cortes nos gastos em troca de elevar o limite de empréstimos do governo.
A falta de progresso nas negociações no Congresso dos EUA corroboravam expectativas de que o impasse sobre o orçamento do país persista até 17 de outubro, data limite para o governo elevar o teto da dívida, fazendo com que investidores se mostrem avessos ao risco e evitem grandes apostas.
"A sensação de que os EUA são 'muito grandes para falhar', aliada à expectativa de que a solução sairá de qualquer forma, leva o mercado a esperar que a solução seja de fato solucionada, mas a confiança do país já está abalada", afirmaram analistas da H.Commcor em boletim diário.