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Impasse entre EUA e China, IPCA-15 e sentimento do consumidor americano: o que move o mercado

Os investidores também devem repercutir os balanços da Alphabet, dona do Google, e da Vale, divulgados após o fechamento do pregão de ontem

 (Leandro Fonseca/Exame)

(Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 25 de abril de 2025 às 09h12.

Nesta sexta-feira, 25, os mercados operam em clima misto, influenciados por uma série de balanços corporativos, sinalizações de política monetária e tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China.

O dia começa com otimismo vindo de Wall Street, embalado pelo forte desempenho da Alphabet. Na véspera, a dona do Google reportou um lucro por ação de US$ 2,81 no primeiro trimestre, alta de 49% na base anual e bem acima do consenso. A receita total cresceu 12%, para US$ 90,2 bilhões, impulsionada pelo segmento de anúncios e pela melhora nas margens da nuvem. Os papéis avançavam 4,6%, às 7h30, no pré-mercado desta sexta.

Por outro lado, a Intel decepcionou investidores com um balanço fraco, o que levou a uma queda de mais de 7% nos papéis da empresa antes da abertura do pregão.

Ainda nos EUA, declarações do diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, reforçaram a tese de corte de juros ainda neste ano, especialmente diante da necessidade de preservação do mercado de trabalho americano. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, previsto para as 11h, deve ajudar a calibrar essas apostas.

Impasse entre EUA e China

A tensão comercial entre Washington e Pequim voltou aos holofotes após o Ministério do Comércio da China negar que haja qualquer negociação em curso com os Estados Unidos. A resposta veio depois que Donald Trump alegou o contrário. Apesar da retórica, o mercado aposta que a Casa Branca poderá recuar primeiro.

Em paralelo, Pequim indicou que adotará medidas direcionadas para apoiar empresas afetadas por choques externos. As ações incluem redução das taxas de juros e do compulsório bancário, além de apoio financeiro aos setores mais atingidos pelas tarifas.

Inflação no Brasil

No Brasil, o destaque do dia é a divulgação do IPCA-15 de abril, às 9h, que servirá como termômetro para a próxima decisão do Copom. Também pesa no radar o resultado da Vale, divulgado na noite de ontem.

A mineradora registrou lucro líquido de R$ 8,1 bilhões no primeiro trimestre, queda de 1,5% na comparação anual, apesar do aumento de 13% na receita em reais. Em dólares, os números vieram mais fracos: o lucro caiu 17%, afetado pela queda nos preços do minério de ferro e do níquel.

Ainda na agenda doméstica, o mercado acompanha a divulgação da bandeira tarifária de energia pela Aneel, a divulgação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) pela FGV, às 8h, e a participação de Gabriel Galípolo, do Banco Central, em reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

No começo da manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,45% na terceira quadrissemana de abril, acelerando frente ao avanço de 0,25% observado na segunda quadrissemana deste mês.

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