Publicado em 24 de março de 2025 às 14h59.
Última atualização em 24 de março de 2025 às 15h00.
A carteira do Ibovespa (Ibov) passará por seu balanceamento quadrimestral, com uma nova composição que passar a valer a partir de 5 de maio.
Como principal índice da Bolsa brasileira, sua composição é seguida de perto pelo mercado, já que entradas, saídas e mudanças de ponderação podem causar pressões de compra e venda nos papéis envolvidos – principalmente por conta dos investidores passivos, que operam o país usando ETFs, fundos de índice.
Para evitar solavancos nas negociações, a B3 divulga prévias oficiais da nova carteira, que serão publicadas nos dias 1º, 15 e 30 de abril.
Mas analistas de corretoras e bancos de investimento já adiantam suas projeções.
A incorporadora Direcional (DIRR3) e a rede de academias SmartFit (SMTF3) aparecem como as entradas mais prováveis no índice.
Tanto XP quanto Itaú BBA prevêem a entrada dos dois nomes na próxima carteira, enquanto o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) espera apenas a inclusão da Direcional.
Na visão do banco, a Direcional pode entrar com um peso de 0,16% no índice, o que equivaleria a uma força compradora equivalente a 1,2 vezes o valor diário negociado.
Para a XP, a Smartfit pode entrar com um peso de 0,30% no índice, o equivalente a até 2,1 dias de negociação.
O Itaú BBA destaca ainda que as ações ordinárias da Copel (CPLE3) também estão perto do limiar de inclusão da Bolsa e podem “potencialmente” aparecer nas prévias oficiais da Bolsa, dependendo de mudanças no seu volume de negociação à frente.
A casa também reforça que a WEG (WEGE3) deve passar por uma das maiores mudanças de peso no índice. "A ação melhorou sua negociabilidade no índice desde o último rebalanceamento, permitindo uma maior ponderação na sua participação no próximo índice", escreveu a equipe do BBA. A previsão que é o papel passe a representar 3,33% da carteira, contra os 2,81% anteriores.
Entre as exclusões, as três instituições são unânimes: a Locaweb (LWSA3), de serviços de Internet e computação em nuvem, e a rede de concessionárias Automob (AMOB3) devem deixar o índice.
Resultado de uma cisão da locadora de veículos pesados Vamos (VAMO3), que está no Ibov, a Automob também passou a compor o índice, mas como é negociada abaixo de R$ 1, deve ser excluída no próximo rebalanceamento.
(Pelo seu valor, na casa dos R$ 0,27, o papel quase sempre está entre as maiores altas ou maiores baixas do índice, já que qualquer oscilação de preço traz oscilações percentuais substanciais.)
“Vale ressaltar que a companhia anunciou em fevereiro que pretende fazer um grupamento para levar o preço acima de R$ 1. Se isso acontecer antes do rebalanceamento, ela pode permanecer no índice”, disse a equipe do BTG.
O Itaú BBA vê também a possibilidade de exclusão da São Martinho (SMTO3), de açúcar e álcool.
Uma empresa precisa atingir simultaneamente quatro critérios para ser parte do Ibovespa:
1) Ser parte de um grupo de ações cujo índice de negociabilidade represente 85% do valor total de negociabilidade da bolsa na vigência das três últimas carteiras do índice.
2) Ter negociado em pelo menos 95% de todas as sessões de negociação na vigência das três últimas carteiras do índice.
3) Ter negociado pelo menos 0,1% de todo o valor negociado pela bolsa na vigência das três últimas carteiras do índice.
4) Não ser classificada como uma “penny stock”, ou seja, abaixo de R$ 1 na vigência das três últimas carteiras do índice.