No mercado brasileiro, o resultado do primeiro trimestre da Petrobras (PETR3; PETR4) também ajudou a impulsionar a bolsa (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 14 de maio de 2021 às 17h29.
Última atualização em 14 de maio de 2021 às 17h34.
O Ibovespa encerrou a sexta-feira, 14, em alta, acompanhando as bolsas americanas, que se recuperam após iniciarem a semana com três quedas consecutivas em meio aos temores de inflação no mercado internacional. O principal índice da B3 subiu 0,90%, aos 121.791 pontos. A alta, no entanto, não foi suficiente para apagar o tombo de quarta-feira, e o índice recuou 0,13% no acumulado da semana.
Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq, que vinha sendo o mais penalizado pela expectativa de inflação, hoje teve o melhor desempenho no mercado americano, com alta de 2,32%. O Dow Jones, com menor participação de empresas de tecnologia, subiu 1,06%.
No mercado brasileiro, o resultado do primeiro trimestre da Petrobras (PETR3; PETR4) também ajudou a impulsionar a bolsa. No período, a empresa apresentou Ebitda ajustado de 48,95 bilhões de reais, superando o consenso de mercado da Bloomberg de 46,88 bilhões de reais. O lucro líquido ficou em 1,17 bilhão de reais.
Com a segunda maior participação do Ibovespa, a Petrobras registrou avanço de 4,65% nos papéis ordinários (PETR3) e de 5,16% nos preferenciais (PETR4). Além do resultado, a alta de 2,45% do petróleo Brent e de 2,40% do petróleo WTI também ajudaram a impulsionar os papéis da companhia.
Bruno Lima, analista-chefe da Exame Invest Pro, no entanto, alerta que -- apesar do balanço positivo -- a política de preços da nova direção da estatal ainda precisa ser posta à prova. "Petrobras é um ativo aparentemente barato? Sem dúvidas. Mas o primeiro trimestre foi gestão [do ex-presidente] Castello Branco. Agora vai começar a nova gestão de fato", disse em na live Abertura de Mercado desta sexta.
Ainda nos destaques positivos, a ação da Qualicorp (QUAL3) subiu 7,21% e foi a maior alta do Ibovespa no dia. Investidores repercutiram o balanço da empresa divulgado na noite de ontem, que mostrou um lucro líquido de 114,5 milhões de reais, uma alta de 67,9% frente ao primeiro trimestre do ano anterior.
Já na ponta negativa do índice, IRB Brasil (IRBR3) caiu 5,08% com investidores repercutindo o balanço da empresa. O ressegurador informou lucro de 50,8 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 45%, frente ao mesmo período de 2020. Segundo análise do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), o resultado foi positivo, mas o valuation do papel não é atraente o suficiente.
O cenário negativo também atingiu a principal ação do Ibovespa, a Vale (VALE3), caiu 1,72%, após mais um dia de forte desvalorização do minério de ferro na China. Após ter recuado cerca de 10% na véspera, nesta madrugada, a commodity registrou baixa de mais 7,5%, revertendo a alta da semana para queda de 4,4%, segundo a Reuters.
Além da Vale, as siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Gerdau Metalúrgica (GOAU4) e Usiminas (USIM5), que também se prejudicam com a queda do metal, encerraram negociadas em queda de 1,94%, 2,86%, 2,60% e 4,96%, respectivamente.
Por outro lado, a desvalorização do minério de ferro, após um início de semana de fortes altas, ajuda a arrefecer as expectativas de inflação no mundo -- o que tende a ser positivo para moedas emergentes, já que diminui a chance de uma alta de juros nos Estados Unidos. Com as expectativas de inflação arrefecidas, o dólar se desvaloriza contra as principais moedas do mundo, incluindo o real.
Por aqui, a moeda americana caiu 0,80% e é negociada abaixo da casa dos 5,30 reais. Apesar da queda, o dólar fechou a semana em alta de 0,85%, interrompendo a sequência de seis semanas seguidas de queda.