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Ibovespa tem terceiro dia seguido de alta com ajuda da Petrobras

Em dia de feriado nos Estados Unidos, ações sobem ancoradas em fatores domésticos

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 18h26.

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira, 25, em alta de 1,24%, aos 105.811 pontos, conquistando seu terceiro dia de recuperação consecutivo desde que fechou em seu menor patamar do ano, no início da semana. 

Em um dia de baixa liquidez com o feriado de Ação de Graças fechando as bolsas nos Estados Unidos, o principal índice da B3 voltou suas atenções para o mercado doméstico. Por aqui, o movimento foi impulsionado pelo desempenho da Petrobras (PETR3/PETR4), que registrou alta de 4,13% e 4,41%, respectivamente.  

Os papéis – que têm a segunda maior participação na carteira teórica do índice – avançaram após a petroleira divulgar seu plano estratégico e revisar sua política de dividendos. As mudanças bem recebidas por analistas: relatório do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame) destaca que o recém revelado plano estratégico de 5 anos da Petrobras viria como a coroação do progresso notável que a companhia alcançou nos últimos anos. 

“Foco em segurança, descarbonização, fortalecimento do balanço, pré-sal, um pouco mais de flexibilidade para alocação de capital e delta de geração de EVA (valor econômico agregado) atestam uma empresa sem dúvida mais madura do que jamais foi”, afirmam. 

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No campo macroeconômico, economistas repercutiram o IPCA-15 de novembro, que foi o maior para o mês desde 2002. Divulgado nesta manhã pelo IBGE, a inflação da primeira quinzena do mês bateu 1,17%, voltando a superar o consenso de mercado e 1,13% de alta. Com o resultado, a inflação anual acelerou de 10,34% para 10,73%.

"Em termos agregados sabemos bem que a inflação segue persistente. Gasolina e gás de cozinha continuam tirando o sono do brasileiro", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Para João Leal, economista da Rio Bravo, os números de hoje jogam mais pressão para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), daqui a duas semanas. "Muitos itens surpreenderam em novembro, mas as principais altas se concentraram em habitação, vestuário, transportes e saúde. Apesar da desaceleração do IPCA-15, não vemos espaço para um arrefecimento forte da inflação até o final deste ano". Pela previsão da gestora, o IPCA deve fechar 2021 em 10,2% e 2022, em 5%, no teto da banda da meta de inflação.

Vale dizer que a divulgação, no entanto, não teve efeito sobre a curva de juros futura, que passa por um período de alívio desde a véspera.

Destaques da bolsa

Aproveitando o ambiente externo positivo, investidores voltam a recompor posição em ações que estiveram entre as piores performances das últimas semanas. Na ponta do Ibovespa, as ações da Gol (GOLL4) e da CVC (CVCB3) disparam 9,69% e 6,87%, respectivamente.

Os papéis do Banco Pan (BPAN4) também ficaram entre os maiores destaque do dia, avançando 8,28% após a Superintendência-Geral do Cade aprovar a incorporação da plataforma de comparação de preços e de originação de vendas Mosaico (MOSI3), que registraram alta de 8,67% fora do Ibovespa. As units do BTG Pactual (BPAC11), controlador do Pan, subiram 5,35%. 

As construtoras também avançaram em bloco, com Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3) subindo 4,9% e 5,57%, respectivamente. As ações reagiram ao pacote de medidas anunciado pelo governo para facilitar o uso de garantias e baratear o custo do crédito, abrindo caminho para que um mesmo imóvel seja usado como garantia em mais de uma operação. 

Já a Vale (VALE3), que veio sustentando as últimas altas do Ibovespa em linha com a recuperação do minério de ferro na China, fechou o dia em queda de 0,68% nesta quinta-feira, com investidores realizando lucros. Na China, o minério voltou a fechar em alta, batendo a máxima em cinco semanas. Contudo, o rali já dá sinais de desgaste, com a alta de pouco mais de 1% desta madrugada sendo a menor dos últimos pregões.

Em variação, as maiores quedas do Ibovespa ficaram com as exportadoras Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3), que recuaram 2,86% e 2,45% acompanhando a queda do dólar. A moeda americana recuou 0,53%, a 5,565 reais.

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