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Ibovespa tem maior queda em mais de 4 meses

Foi a maior perda em um único dia desde 20 de junho (-2,01%); com ela, o ganho acumulado do índice em outubro foi reduzido para 0,68%

Ibovespa: a maior alta do dia foi de Braskem PNA, que disparou 19,96% (Germano Lüders/Site Exame)

Ibovespa: a maior alta do dia foi de Braskem PNA, que disparou 19,96% (Germano Lüders/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 19h12.

São Paulo - Uma combinação de fatores internos e externos pesou nesta segunda-feira, 30, sobre a bolsa brasileira, que teve a maior queda porcentual em mais de quatro meses.

Segundo profissionais do mercado, o período da tarde foi marcado por um aumento do desconforto do investidor diante de adversidades do cenário doméstico, embora o noticiário não tenha trazido notícia específica que justificasse a piora do humor. Assim, o Índice Bovespa terminou o dia aos 74.800,33 pontos, em queda de 1,55%.

Foi a maior perda em um único dia desde 20 de junho (-2,01%). Com ela, o ganho acumulado do índice em outubro foi reduzido para 0,68%.

Segundo Hersz Ferman, economista da Elite Corretora, assim como acontece em outros mercados emergentes, a bolsa brasileira é penalizada pelos sinais de normalização das políticas monetárias na Europa e Estados Unidos.

No entanto, o economista afirma que a segunda-feira foi particularmente impactada pelo desconforto do investidor diante de um cenário adverso no que diz respeito à pauta de reformas no Brasil.

Para ele, a aproximação das eleições presidenciais deve manter o cenário bastante frágil, apesar dos sinais positivos da economia.

"As dificuldades do presidente Michel Temer de reunir a base para votar a reforma da Previdência pegam negativamente na bolsa. Além disso, a mais recente pesquisa eleitoral indicou que a preferência de voto continua com Lula e Bolsonaro, dois candidatos que não apoiam reformas. Por outro lado, os candidatos que seriam pró-mercado tiveram porcentuais considerados bastante baixos", disse.

A queda da bolsa foi generalizada e, dentro da carteira teórica do Ibovespa, somente três papéis foram poupados.

A maior alta do dia foi de Braskem PNA, que disparou 19,96%, em consequência de notícia de bastidor sobre uma possível proposta de compra do controle da empresa pela holandesa LyondellBasell.

CPFL Energia ON e Ambev ON também subiram, mas apenas 0,26% e 0,24%, respectivamente.

Já a queda mais significativa do dia ficou com MRV ON, que recuou 5,85%, em resposta ao noticiário sobre os planos do governo para utilização do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que passaria a ser utilizado em outras frentes, como o pagamento de dívidas com o Fies, programa de financiamento estudantil.

Apesar da alta dos preços do petróleo, as ações da Petrobras terminaram o dia com perdas significativas. Petrobras ON e PN recuaram 0,29% e 1,47%, respectivamente, enquanto a commodity avançou moderadamente nas bolsas de Nova York e Londres, Vale ON perdeu 0,61%, em sintonia com a queda dos preços do minério de ferro e das ações de outras mineradoras pelo mundo.

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