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Ibovespa tem maior alta em três semanas após fortes perdas

Maior otimismo foi impulsionado por expectativa de estímulos econômicos por parte de bancos centrais

Bolsa: Ibovespa sobe 2,36% e encerra em 106.625,41 pontos com perspectivas de estímulos econômicos (Cris Faga/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 2,36% e encerra em 106.625,41 pontos com perspectivas de estímulos econômicos (Cris Faga/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2020 às 18h34.

Última atualização em 2 de março de 2020 às 20h02.

São Paulo - O pessimismo gerado pelos efeitos do coronavírus (Covid-2019) deu uma trégua no mercado financeiro, após aumentarem as expectativas de que os bancos centrais promovam estímulos econômicos. Nesta terça-feira (3), autoridades monetárias dos países que integram o G-7 irão participar de uma teleconferência para discutir o tema. Com isso no radar, as principais bolsas do mundo subiram. No Brasil, o Ibovespa registrou a maior alta em 3 semanas nesta segunda-feira (2), avançando 2,36% e encerrando em 106.625,41 pontos.

Na última semana, o crescimento do número de casos de coronavírus fora da China assustou o mercado financeiro, gerando perdas trilionárias em ações e pressionando governos a reduzirem as taxas de juros para conter os impactos da doença. No mercado, o corte de 0,25 ponto percentual por parte do Federal Reserve é dado como certo, com chances de uma redução de até 0,5 p.p..

“Ninguém apostava nisso para este ano. Esperávamos que a taxa de juros [americana] se manteria estável o ano inteiro. Agora, 100% das apostas são de que vai haver um corte já em março”, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.

Para Bandeira, os estímulos econômicos podem ter efeitos positivos no mercado acionário, mas vê a alta de hoje com cautela. “Pode acontecer um pool back, que é quando as ações sobem depois de uma forte queda e depois voltam a cair de novo. Isso vai depender das estatísticas relacionadas aos casos de coronavírus”, disse.

Na Bolsa, as ações da Hypera foram as que mais subiram no pregão desta segunda-feira. Os papéis registraram alta de 16,62% após a empresa anunciar a compra de 18 marcas de medicamentos da Takeda Pharmaceutical por 825 milhões de dólares. A operação envolveu remédios de prescrição médica e isentos de receita, incluindo Neosoaldina e Dramin.

Mas, com grande peso no Ibovespa, foram os papéis da Vale e Petrobras que impulsionarem a alta na B3."Quando o investidor vê uma melhora no índice, ele acaba entrando em ativos mais líquidos", disse Sandra Peres, analista da Terra Investimentos.

Com a perspectiva de que a Opep reduza a produção de petróleo, a commodity teve apreciação de mais de 6% no mercado internacional, o que impulsionou as ações ordinárias e preferencias da Petrobras a subirem 3,5% e 4,7% respectivamente.

Já a Vale subiu 4,63%, beneficiada pelo minério de ferro, que se valorizou 5,9%. Porém, o naufrágio do navio que transportava minério de ferro da Vale para a China ainda preocupa o mercado. "Em questões ambientais, a Vale já viu um cenário bem negativo e um vazamento de óleo prejudicaria ainda mais a imagem da empresa", comentou. Entre as siderúrgicas, CSN, Gerdau e Usiminas tiveram respectivas altas de 10,47%, 4,95% e 3,67%.

Na ponta contrária, estão os papéis da CVC que caíram 10,61% com a notícia de indícios de erros em sua contabilidade, que se confirmados poderão significar ajustes contábeis significativos nos resultados reportados pela companhia.

As ações da IRB Brasil também tiveram um fraco desempenho, recuando 8,72%, após a renúncia do presidente do conselho da empresa - que foi vista com desconfiança pelo mercado. Em relatório, analistas da Guide Investimentos classificaram a saída do executivo como negativa, alegando incertezas sobre o papel. "Por outro lado, a recente notícia de que Márcia Cicarelli (procuradora do Berkshire Hathaway) foi indicada para o conselho fiscal da empresa, pode conter tal insegurança sobre o ativo", escreveram.

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