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Ibovespa tem alta com foco em eleições, apesar de recessão

O tom positivo da Bovespa vem sendo amparado pela forte participação estrangeira na bolsa


	Bovespa: às 11h56, o Ibovespa subia 0,43%, a 60.552 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: às 11h56, o Ibovespa subia 0,43%, a 60.552 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 12h55.

São Paulo - A bolsa paulista retomava a trajetória de alta nesta sexta-feira, com o foco na cena eleitoral prevalecendo sobre números mostrando que a economia brasileira entrou em recessão técnica no segundo trimestre. O quadro incerto nos pregões em Nova York, contudo, adicionava alguma volatilidade.

Às 11h56, o Ibovespa subia 0,43 por cento, a 60.552 pontos. O volume financeiro somava 2,2 bilhões de reais.

"A tendência ainda é positiva para o índice brasileiro. A queda de quinta-feira foi apenas uma respirada", disse o operador da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo, que preferiu não ser identificado.

O tom positivo da Bovespa vem sendo amparado pela forte participação estrangeira na bolsa, ratificada pelo saldo externo e pelos contratos em aberto do Ibovespa futuro, em um ambiente de liquidez global e sem sinal de reversão no curto prazo.

Há também o efeito decorrente do quadro eleitoral, com pesquisas mostrando um cenário mais difícil para a reeleição de Dilma Rousseff (PT), enquanto a candidata do PSB, Marina Silva, aparece como favorita em simulações de provável segundo turno. E nesta sexta-feira mais uma pesquisa está prevista, do Datafolha.

Nem os números do IBGE mostrando que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu 0,6 por cento no segundo trimestre de 2014 sobre os três meses anteriores foram suficientes para reverter com força o viés do Ibovespa, que já acumula alta superior a 8 por cento no mês de agosto e de 17 por cento em 2014. Para alguns profissionais do mercado ouvidos pela Reuters, os dados podem dificultar ainda mais a vida da candidata petista na corrida presidencial.

Nesse contexto, Petrobras registrava ganhos, embora com alguma volatilidade, também em meio a comentários sobre a empresa em relatório de bancos, entre eles o BofA Merrill Lynch, que elevou o preço-alvo das ações.

Em nota a clientes, comentando também positivamente sobre a empresa e sobre fluxo recente para as ações, o Credit Suisse sugeriu, com base no spread entre as duas classes de ações, a venda das preferenciais e compra das ordinárias.

Também chamava a atenção o avanço de Cosan, caminhando para a sexta alta seguida, após Marina Silva defender na quinta-feira um marco regulatório "claro" para o setor de cana-de-açúcar. No setor de teleconomunicações, que vem se destacando no noticiário, Telefônica Brasil liderava os ganhos do Ibovespa.

Mais cedo, a espanhola Telefónica disse acreditar que a operação e integração da GVT com seus negócios no Brasil será rentável desde o primeiro dia, em um acordo que proporcionará sinergias de 4,7 bilhões de euros. As ações da Vale seguiam pressionadas pela trajetória negativa dos preços do minério de ferro na China, embora nesta sessão a cotação com entrega imediata tenham mostrado algum alívio.

O BTG Pactual destacou, em nota a clientes, que a evolução do papel mostra influência do fluxo negativo de notícias da China, que ainda pode pressionar o minério no curto prazo, mas que a empresa está fazendo "um bom trabalho e vem entregando execução, crescimento de produção, turnaround da parte de não ferrosos".

Em Wall Street, os índices mostravam indefinição, com investidores encontrando poucas razões para ampliar o longo rali antes de fim de semana prolongado pelo feriado do Dia do Trabalho na segunda-feira nos Estados Unidos.

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