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Ibovespa supera os 125 mil pontos e bate recorde histórico pelo segundo dia seguido

Mercado internacional segue em movimento de alta impulsionado por esperança de novos estímulos; Hapvida e Intermédica disparam até 26%

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 09h22.

Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 18h36.

O Ibovespa disparou mais de 2% nesta sexta-feira, 8, e renovou seu recorde histórico pelo segundo dia consecutivo, rompendo a marca simbólica dos 125.000 pontos. No pregão da véspera, o índice já havia alcançado uma nova máxima nominal, impulsionado pelo otimismo generalizado no exterior -- que continuou ditando o tom da bolsa brasileira hoje. O Ibovespa subiu 2,20%, para 125.076 pontos. Na máxima, o índice atingiu os 125.323 pontos e, no acumulado da semana, registrou alta de 5,09%.

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O movimento foi puxado pelo desempenho dos principais índices internacionais, que seguem em alta na esperança de mais estímulos nos Estados Unidos, após o Partido Democrata garantir maioria nas duas casas legislativas nesta semana. As ações europeias registraram seus maiores ganhos semanais desde novembro nesta sexta-feira, com o índice pan-europeu STOXX 600 subindo 0,66% e encerrando a primeira semana de 2021 com ganho de 3%.

Nos Estados Unidos, dois entre os principais índices renovaram suas máximas históricas. O S&P500 encerrou o dia em alta de 0,55% enquanto o índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,03%. O Dow Jones não renovou o recorde de ontem, mas fechou em alta de 0,18%.

“A vitória democrata no Senado trouxe uma euforia muito grande para as bolsas devido à possibilidade de novos estímulos. Mais estímulos tendem a beneficiar, principalmente, ações de consumo cíclico e mercados emergentes – e o Brasil entra nessa lista”, afirma Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo.

As commodities estão entre os papéis que mais se beneficiam desse movimento, mas o último pregão da semana trouxe modificações para essa tendência. "O índice na véspera foi impulsionado principalmente por ações de bancos e commodities, papéis que hoje apresentaram uma leve correção, um movimento natural", pontua João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos.

Os destaques estão ficaram com as ações da NotreDame Intermédica (GNDI3) e da Hapvida (HAPV3), que registraram ganhos de 26,52% e 17,90%, respectivamente, após anúncio de potencial fusão entre as empresas. A operação criaria uma gigante do ramo da saúde, avaliada em até 100 bilhões de reais. Entenda todos os detalhes dessa operação aqui.

Entre os fatores que impulsionam o mercado interno também está a confirmação de que a vacina da Pfizer é eficaz contra a nova variante do coronavírus, o que aumenta o otimismo sobre o fim da pandemia e ajuda a elevar o preço do petróleo, que sobe quase 2% no mercado internacional.

Real em queda

Em meio ao tom positivo, o dólar chegou a ensaiar sua primeira queda em três pregões contra o real, mas virou para alta ao longo da tarde. A moeda começou a subir depois que o candidato à presidência da Câmara Baleia Rossi defendeu a convocação do Congresso para a aprovação de medidas de combate à Covid-19. A fala foi entendida pelo mercado como um risco à situação fiscal do Brasil, o que pesou sobre o real.

O dólar encerrou o dia em alta de 0,31%, a 5,4168 reais, depois de oscilar entre 5,4417 reais (+0,77%) e 5,3225 reais (-1,43%). Na semana, a moeda saltou 4,34%, maior valorização para o período desde junho do ano passado. Considerando os cinco pregões iniciais de novo ano, o real teve o pior desempenho desde pelo menos 2003, iniciando de forma negativa um mês que, sazonalmente, é de entrada de capital ao país e de queda do dólar.

Divulgação de dados no radar

Os investidores também repercutiram o relatório de empregos não-agrícolas (payroll) dos Estados Unidos, que saiu pior do que o esperado. De acordo com o payroll, em dezembro, o país perdeu 140.000 postos de trabalho ante a expectativa de criação de 71.000 empregos. Com isso, o mercado de trabalho americano quebra a sequência de recuperação, iniciada em maio. 

Embora tenha decepcionado, parte dos investidores já esperava dados piores para o mês de dezembro, tendo em vista as novas medidas de isolamento para conter a segunda onda de covid-19 e suas variantes. Na quarta-feira, os dados do Instituto ADP, conhecidos como “prévia do payroll” já apontava para uma piora do mercado de trabalho em dezembro, com perdas de 123.000 empregos.

No cenário interno, foi divulgada nesta manhã a produção industrial brasileira, que decepcionou. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira cresceu 2,8% em novembro na comparação anual, enquanto as estimativas  eram de 3,5% de crescimento. Em relação ao mês de outubro, a alta foi de 1,2%.

“Escassez de material, nível baixo de estoque e expectativa de demanda resiliente apontam para algum corredor de produção industrial nos próximos meses, ainda que normalizando o ritmo de crescimento”, afirma em nota Arthur Mota, economista da Exame Research

 

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