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Ibovespa sobe quase 4% e fecha no maior patamar desde fevereiro

Índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 3,75%, a 86.942,35 pontos

Ibovespa: movimento de alta foi apoiado principalmente pelo avanço da Petrobras e de bancos (Germano Lüders/Site Exame)

Ibovespa: movimento de alta foi apoiado principalmente pelo avanço da Petrobras e de bancos (Germano Lüders/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2018 às 17h11.

Última atualização em 30 de outubro de 2018 às 17h47.

São Paulo - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em forte alta nesta terça-feira, 30, na máxima em oito meses, em movimento apoiado principalmente no avanço de Petrobras e de bancos, diante de perspectivas positivas para o novo governo, com Telefônica Brasil saltando mais de 14 por cento após balanço.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 3,69 por cento, a 86.885,71 pontos, maior patamar desde 27 de fevereiro deste ano.  O volume financeiro na bolsa alcançou 20,5 bilhões de reais, mais uma vez acima da já elevada média diária do mês.

Na véspera, o Ibovespa caiu 2,24 por cento, a 83.796,71 pontos, após atingir máxima histórica intradia em 88.377,16 pontos.

Declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre a reforma da Previdência, sinalizando disposição de negociar a proposta atual para aprovar algo este ano, conferiram um tom mais positivo já no começo do pregão, uma vez que a resolução dessa questão é considerada crucial por investidores.

À TV Record, Bolsonaro disse na segunda-feira, 29, que conversará com o governo do presidente Michel Temer na próxima semana para discutir projetos que possam ser aprovados este ano no Congresso Nacional, incluindo a reforma da Previdência.

Nesta terça-feira, foi a vez do economista Paulo Guedes, que assumirá um superministério da área econômica no governo de Bolsonaro, reforçar o tom ao afirmar que a reforma da Previdência está atrasada do ponto de vista econômico e defendeu que quanto mais rápido ela for feita, melhor será.

De acordo com informações de sua equipe, Bolsonaro irá a Brasília na próxima terça-feira para se reunir com Temer para tratar da transição do governo.

Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, os comentários de Bolsonaro, entre outros fatores, contribuíram para a alta, após realização de lucros na véspera. Segundo ele, potenciais anúncios sobre a equipe de transição e os próximos ministros e presidentes de estatais seguem monitorados.

A chance de o Senado votar regime de urgência para o projeto de lei da cessão onerosa também esteve no radar. O projeto deve ajudar na conclusão das negociações entre Petrobras e o governo, que vão definir se a estatal será credora ou devedora da União no processo que pode envolver bilhões de reais. A recuperação no pregão brasileiro ainda foi endossada pela melhora de Wall Street, onde o S&P 500 fechou em alta de 1,57 por cento.

Destaques

- TELEFÔNICA BRASIL PN disparou 14,36 por cento, maior alta desde janeiro de 1999, após divulgar salto de 160 por cento no lucro líquido do terceiro trimestre, para 3,177 bilhões de reais, em meio a uma melhora do desempenho operacional e do resultado financeiro, que foi beneficiado por decisão judicial acerca da incidência de PIS/Cofins sobre ICMS nas contas da empresa. Perspectivas de mais ganhos com créditos tributários, que seriam repassados a acionistas, e expectativa de votação do projeto que trata do novo marco regulatório das telecomunicações em comissão do Senado reforçaram a alta, que levou as ações para o maior patamar desde o final de julho.

- PETROBRAS PN avançou 5,98 por cento, fechando na máxima do dia, a 28 reais, após forte perda na véspera, em meio a expectativas de votação do projeto de lei da cessão onerosa no Senado. A Petrobras também poderá obter mais 20 bilhões de dólares, de agora até o próximo ano, caso sejam realizadas as vendas de todos os projetos já anunciados para desinvestimentos, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto nesta terça-feira.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,93 por cento, revertendo perdas do começo do pregão, quando o papel foi pressionado pelo resultado do terceiro trimestre, que mostrou aumento de gastos administrativos e queda nas receitas com tarifas e serviços. Ainda assim, o lucro recorrente do maior banco privado da América Latina somou 6,454 bilhões de reais no período, um avanço de 3,2 por cento ante mesma etapa de 2017. No setor, BANCO DO BRASIL avançou 2,94 por cento, BRADESCO PN subiu 3,89 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 4,04 por cento.

- EMBRAER ganhou 4,8 por cento, revertendo fraqueza da abertura, após executivos da fabricante brasileira de aviões afirmarem que a companhia está perto de concluir a venda do controle de sua divisão comercial para a norte-americana Boeing. Mais cedo, as ações caíram mais de 1 por cento, após a Embraer reportar prejuízo líquido de 84 milhões de reais no terceiro trimestre.

- VALE fechou em alta de 1,45 por cento, também recuperando-se da queda da véspera, conforme as expectativas para a mineradora seguem positivas.

- MULTIPLAN valorizou-se 6,53 por cento, após a administradora de shopping centers divulgar na noite da véspera salto de 54,1 por cento do lucro líquido do terceiro trimestre ante igual período de 2017, para 116,4 milhões de reais, ajudada pelo crescimento das receitas.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE caiu 3,53 por cento, com a fraqueza do dólar ante o real abrindo espaço para alguma realização de lucro com o papel, que acumula em 2018 alta ao redor de 100 por cento. FIBRIA CELULOSE cedeu 1,02 por cento.

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