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Ibovespa sobe quase 2% com otimismo no exterior e PEC Emergencial aprovada

Dólar tem queda de 1,94% frente ao real e encerra o dia negociado a R$5,54; índices em Nova York sobem mais de 1%

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de março de 2021 às 09h27.

Última atualização em 11 de março de 2021 às 18h23.

Quadro geral do pregão às 17h30

  • Ibovespa sobe 1,96%, aos 114.983 pontos
  • Dólar recua 1,94% contra o real e encerra o dia negociado a 5,54 reais
  • EUA: Dow Jones subiu 0,58%, S&P500 avançou 1,04% e Nasdaq teve forte alta de 2,52%

O Ibovespa subiu nesta quinta-feira, 11, acompanhando as bolsas internacionais, que avançam na esteira da aprovação do pacote de 1,9 trilhão de dólares nos Estados Unidos. O projeto de estímulo foi sancionado nesta tarde pelo presidente Joe Biden, segundo informações da Exame Invest Pro. A sanção estava prevista anteriormente apenas para amanhã, 12.

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No cenário interno, o Ibovespa ganhou força com os desdobramentos da PEC Emergencial, que teve o texto base aprovado no plenário da Câmara em segundo turno na tarde desta quinta-feira.

Foram 366 votos a favor e 127 contras, e destaques ainda serão analisados. Existe a possibilidade de leve desidratação da pauta, mas o mercado trabalha com o cenário de que os principais gatilhos fiscais serão mantidos. A expectativa é que a votação seja concluída hoje e a promulgação da emenda aconteça até amanhã, 12.

Também contribui com o apetite ao risco a menor preocupação sobre a inflação americana, após o índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ter saído dentro das expectativas, derrubando os rendimentos dos títulos americanos de dez anos.

Essa queda dos rendimentos, que se estende desde terça-feira, 10, vem beneficiando principalmente a Nasdaq, que tem grande concentração de empresas de crescimento, mais dependentes da tomada de crédito. No pregão de hoje, o índice Nasdaq e o S&P500 atingiram máximas recordes. 

Inflação em alta e dólar em queda

Embora os temores de inflação tenham sido diminuído nos Estados Unidos, no Brasil, eles aumentaram nesta manhã, após o IPCA de fevereiro voltar a superar as estimativas de mercado, ficando em 5,20% no acumulado de 12 meses - muito próximo do topo da meta de inflação, de 5,25% para este ano. No mês, a alta do IPCA foi de 0,86% contra estimativas de 0,72%.

Os números acima do esperado jogam ainda mais pressão para que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a taxa de juros Selic na reunião da semana que vem. Na bolsa, os juros futuros com vencimento em abril chegaram a disparar 6%, com investidores aumentando as apostas para uma alta de 50 pontos base.

Com os rendimentos dos títulos americanos em queda e maior expectativa de alta da Selic no Brasil, o real foi a moeda emergente que mais se valorizou frente ao dólar nesta quinta-feira. Isso porque as condições para o carry trade ficam mais atrativas no país. A operação envolve tomar crédito em economias de juro baixo e aplicar em países  com taxas maiores.

A moeda americana também recuou com intervenções do Banco Central, que realizou hoje leilão extra de até 20 mil contratos de swap cambial. O dólar recuou 1,94% contra o real e encerrou o dia negociado a 5,54 reais.

No radar dos investidores também estão os pedidos semanais de seguro desemprego nos Estados Unidos, que ficaram em 712.000, pouco abaixo dos 725.000 esperados. "O pacote fiscal de 1,9 trilhão de dólares deve contribuir para a recuperação do mercado de trabalho americano, assim como o fluxo de vacinação", avaliam analistas da Exame Invest Pro.

Na Europa, o Banco Central Europeu optou por manter a taxa referencial de juros negativa em 0,5% e sinalizou que irá manter as condições estimulantes, acelerando o ritmo do programa de recompra de ativos.

Destaques do pregão

Na bolsa, as ações da Vale (VALE3) avançaram 2,63%, após o minério de ferro disparar 3,66% no porto de Qingdao.  A valorização da commodity também contribui com empresas do setor, como a CSN (CSNA3), que subiram 9,17%.

Já os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) tiveram alta de 2,96% e 4,25%, respectivamente, seguindo a alta dos preços do petróleo, que avançaram mais de 2% com o enfraquecimento do dólar no mundo.

Entre as maiores altas do índice estiveram ações de empresas mais dependentes do plano de vacinação, como a CVC (CVCB3),  que avançou mais de 10%.  "Setores descontados conseguiram se recuperar no cenário de expectativa de compras de vacinas, com a possibilidade do governo de comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer", avalia Stefany Oliveira, da Toro Investimentos.

Para analistas da Ativa Investimentos, a alta da Ecorodovias repercurte os resultados do 4T20 que vieram positivos, apesar da queda de 39,2% no lucro líquido recorrente em comparação com o mesmo período de 2019. "Nesse sentido, tendo em vista o bom resultado da Ecorodovias, a CCR segue como segunda maior alta até o momento em linha com a boa perspectiva para o setor", afirmam em nota.

Na ponta oposta estão as ações de empresas que vinha em alta e hoje passaram por realização de lucros. "O mercado aproveitou para realizar o lucro em alguns ativos que tiveram alta considerável e aproveitaram o bom-humor para investir em companhias que estavam 'pressionadas'", avalia Matheus Jaconeli, economista da Nova Futura Investimentos.

Maiores altas

  • CVC (CVCB3) +10,96%
  • CSN (CSNA3) +9,17%
  • Ecorodovias (ECOR3) +8,64%

Maiores quedas

  • Totvs (TOTS3) -1,99%
  • Petrorio (PRIO3) -1,64%
  • JBS (JBSS3) -1,38%

 

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