São Paulo - O Ibovespa virou para sétima alta seguida na última hora de negociação, com a alta do cobre impulsionando as ações da Vale SA e os papéis de Petróleo Brasileiro SA reagindo ainda às mudanças na direção da companhia. É o maior ciclo de valorização da bolsa brasileira em mais de um ano, desde outubro de 2010.

O dólar teve a primeira alta em cinco dias com a aversão ao risco afastando os investidores de moedas e de mercados de países emergentes. Os juros futuros caíram no contrato mais negociado, após as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo fará um corte no orçamento para viabilizar uma política monetária mais “elástica”.

Veja o fechamento dos principais índices no dia:

IBX 100: +0,28%
Ibovespa: +0,16%
BM&FBovespa Small Cap -0,10%

Internacional: Bolsas americanas recuam com impasse sobre Grécia

As bolsas americanas passaram o dia em queda, após atingirem o maior nível em cinco meses, diante do impasse nas negociações entre a Grécia e seus credores.

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O Fundo Monetário Internacional reduziu a previsão para a expansão mundial para 3,3 por cento este ano e 3,9 por cento em 2013, ante previsões de 4 por cento e 4,5 por cento, respectivamente, em setembro, citando o efeito da crise europeia e a desaceleração do crescimento na China e Índia.

Os ministros das finanças europeus hesitam em disponibilizar mais recursos para o governo grego e estão pedindo aos credores um alívio maior à dívida do país. O Federal Reserve inicia hoje reunião de dois dias.

Autoridades da Europa, que se reuniram ontem em Bruxelas, resistiram à ideia de colocar mais dinheiro público na Grécia e pediram para que detentores de títulos ofereçam mais alívio na cobrança da dívida do país como forma de sair da crise.

O petróleo recua com o receio de que a crise europeia se espalhe.

Às 18:13, este era o desempenho dos principais índices:

S&P 500 -0,13%
Nasdaq +0,09%
Dow Jones -0,31%

Bolsa: Ibovespa vira para alta com Vale e Petrobras

O Ibovespa virou para alta na última hora de negócios, puxado principalmente pelos papéis de Vale, OGX Petróleo e Gás Participações SA e Petrobras, com as expectativas de mudanças na diretoria da estatal do petróleo.

O indicador encerrou com valorização de 0,2 por cento, aos 62.486,22 pontos, no período mais longo de altas em desde o encerrado em 5 de outubro de 2010.

Maria das Graças Foster, atual diretora de Gás e Energia, deverá substituir José Sergio Gabrielli no comando da Petrobras em decisão a ser votada pelo conselho de administração da companhia em 9 de fevereiro, segundo a própria empresa.

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As ações da estatal dispararam ontem e hoje se mantiveram no maior nível desde maio.

“Empresas ligadas a commodities sofreram muito no ano passado, e agora o mercado pode estar chegando à conclusão de que essa queda foi um pouco exagerada”, disse Alexandre Ghirghi, que administra cerca de R$ 150 milhões na Método Investimentos, em São Paulo. “Apesar de todos os problemas que a Europa está tendo com a crise da dívida, estamos vendo alguns sinais de que o cenário para o crescimento da economia mundial pode não ser tão ruim quanto se estava precificando até o ano passado.”

Juros: DI cai com especulação de inflação menor e após Mantega

Os juros nos mercados futuros caíram no contrato mais negociado, com a especulação de que a inflação vai perder força no fim do mês prevalecendo sobre a aceleração inesperada de índice divulgado hoje. O ministro da Fazenda disse que haverá corte do orçamento para contribuir com a política monetária do BC, o que também colabora com a queda dos juros hoje.

A maior parte dos vencimentos a partir de 2016 subiu, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 de janeiro.

O IPCA-15 subiu 0,65 por cento este mês, ante 0,56 por cento em dezembro, e superou todas as 44 estimativas em pesquisa Bloomberg, que tinha mediana de 0,56 por cento.

“Todas as medidas de núcleo e o índice de difusão pioraram no IPCA-15”, disse Thiago Curado, economista da Tendências Consultoria Integrada, em entrevista por telefone de São Paulo. “Mas o IPCA fechado de janeiro deve vir abaixo do IPCA-15 registrado hoje. Deve ter queda de preço de combustíveis e vestuário fecha o mês com queda de preço também, por causa da estação.

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As declarações do ministro Guido Mantega “ajudam” na baixa dos juros futuros, provocada hoje principalmente por pesquisas recebidas por bancos mostrando desaceleração da inflação nos últimos dias, disse Maurício Junqueira, gestor de fundos da Squanto Investimentos Ltda, em entrevista por telefone de São Paulo.

“Isso ajuda, mas é preciso esperar o anúncio do corte do orçamento”, disse Junqueira. “Ainda não tivemos nada de concreto”.
Mantega disse hoje a repórteres em Brasília que a inflação está caindo de modo geral e que há uma elevação sazonal nessa época do ano.

DI Janeiro 2013: -2 pontos-base, para 9,84%
DI Janeiro 2014: inalterado, em 10,41%

Câmbio: Dólar tem primeira alta em 5 dias com aversão ao risco

O dólar teve a primeira alta em cinco dias com sinais de impasse nas negociações entre os credores e a Grécia reduzindo o apetite de investidores por risco.

A indicação do ministro Mantega de que o governo continuará tentando conter a valorização do real também ajuda a elevar a cotação da moeda americana.

Mantega disse ontem que o governo manterá a política de impedir a valorização do câmbio e cortará o orçamento deste ano para viabilizar uma política monetária mais “elástica”.

“O mercado lá fora abriu pior, um pouco por causa da Europa. Está difícil a negociação com a Grécia”, disse Junqueira, da Squanto, em entrevista por telefone de São Paulo. “As moedas de países emergentes estão apanhando e aqui não deve ser diferente.”

Segundo Junqueira, as declarações de Mantega também ajudam a enfraquecer o real.

“Toda vez que o dólar cair, o Mantega vai falar, embora eu ache difícil o governo agir antes de o dólar cair abaixo de R$ 1,70”, disse ele.
O fluxo cambial neste mês até o dia 20 foi de US$ 6,7 bilhões, ante saldo negativo de US$ 1,9 bilhão em dezembro, disse Túlio Maciel, chefe do departamento econômico do Banco Central, a repórteres em Brasília.

Dólar: +0,20%, para R$ 1,7585