Bolsa: primeira sessão aos 118 mil pontos (Germano Lüders/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 2 de janeiro de 2020 às 15h43.
Última atualização em 2 de janeiro de 2020 às 18h17.
São Paulo - O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, começou o ano atingindo um novo recorde. O índice subiu 2,53% aos 118.573.10 pontos. O volume financeiro somava bilhões 20,88 bilhões de reais. O último recorde registrado tinha sido no dia 26 de dezembro do ano passado, quando encerrou o dia em 117.203 pontos.
Na primeira sessão do ano, a bolsa brasileira foi impactada pelo otimismo global relacionado ao acordo comercial de primeira fase entre Estados Unidos e China, com papéis de B3 subindo forte (+5,31%) e endossando a alta do índice.
Após duas sessões de ajustes no final de dezembro, o Ibovespa registrava firme alta nesta quinta-feira, sendo guiado principalmente pelo otimismo nos mercados internacionais diante do alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, com o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que a assinatura de um acordo de primeira fase ocorrerá dia 15 de janeiro na Casa Branca.
"O fato de (a assinatura do acordo) deixar de ser uma expectativa para uma realização concreta, é motivo suficiente para animar os investidores", afirmou Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Investimentos em comunicado.
Também animou investidores a medida do banco central da China de cortar depósito compulsório em 50 pontos-base, a partir de 6 de janeiro, o que liberará 800 bilhões de iuanes (114,91 bilhões de dólares) em fundos para dar suporte à economia em desaceleração.
No Brasil, a terceira prévia do Ibovespa manteve as entradas de Carrefour Brasil, Hapvida, Cia Hering e SulAmerica, além de acrescentar os papéis da Totvs. A nova composição do índice começará a valer a partir da próxima segunda-feira.
Ainda pela manhã, a B3 anunciou um novo pacote tarifário visando atrair o pequeno investidor. Pelo novo modelo de tarifação do mercado, a taxa mensal de manutenção de conta será zerada, o que permitirá que as corretoras ampliem a sua base de clientes pessoa física. Anteriormente, o valor era de 110 reais por ano. Também houve uma redução de 10% na tarifa cobrada na negociações de ações para pessoas físicas.
Além disso, os investidores que tiverem até 20 mil reais de saldo em custódia em uma mesma corretora serão isentos das demais taxas de manutenção de conta, como as cobranças sobre o pagamento de proventos e valor em custódia. Segundo a B3, as medidas representam uma redução de aproximadamente 250 milhões de reais nas tarifas pagas pelos clientes da bolsa no ano considerando os volumes negociados nos últimos 12 meses.
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, destacou o momento favorável do país para o mercado de capitais, com o andamento da agenda de reformas nos últimos 18 meses, além da inflação sob controle e a taxa básica de juros (Selic) na mínima histórica. “Os princípios que guiam nosso novo modelo de tarifação são desconto progressivo para quem negocia mais, incentivo para o mercado de empréstimos de ativos e ampliação de volumes e liquidez”, disse em teleconferência com a imprensa.