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Ibovespa tem maior alta em quase 3 meses com expectativa de reformas

Governo deve entregar ao Congresso projeto da reforma administrativa; exterior ajuda a sustentar altas, após dados “surpreendentemente fortes” da China

Bolsa: Ibovespa sobe 2,82% e encerra em 102.167,65 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 2,82% e encerra em 102.167,65 pontos (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 17h00.

Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 20h11.

A bolsa brasileira teve o melhor pregão em quase três meses nesta terça-feira, 1, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que irá enviar ao Congresso a proposta da reforma administrativa ainda nesta semana. O Ibovespa, principal índice da B3, subiu 2,82% e encerrou em 102.167,65 pontos - a maior alta desde 8 de junho.

A declaração de Bolsonaro sobre a reforma administrativa veio junto com a apresentação do auxílio emergencial, que se manteve em 300 reais, como já era esperado. O projeto de prever o fim da estabilidade de servidores e a possibilidade de redução de salários, mas só irá valer para os próximos funcionários públicos. Segundo Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo, a entrega da reforma administrativa - e mesmo sua possível aprovação - reduz o crescente temor fiscal, mas não elimina. "A reforma administrativa anima o mercado, mas o investidor segue cauteloso. Até comprovar que não irá mexer no teto de gastos, demora um pouco mais. Uma coisa é falar e outra é comprovar. Ainda é um risco mapeado no mercado."

No mercado local, os investidores também repercutem o PIB brasileiro do segundo trimestre, que teve contração de 9,7%, próximo das expectativas de queda de 9,4%. O destaque negativo ficou com o setor de comércio, com contração de 13% e de transporte, armazenagem e correio, com baixa de 19,3%. Embora evidenciem os estragos causados pelo período de quarentenas mais rígidas na economia, os números ficaram dentro do esperado.

No cenário externo, o índice de gerente de compras (PMI) Caixin da China ajuda a impulsionar as bolsas. Isso porque o índice de agosto ficou em 53,1 pontos, acima dos 50 pontos que delimitam a expansão da contração da atividade e melhor do que os 52,6 pontos esperados. O resultado foi o melhor em quase uma década. De acordo com analistas da Exame Research, o PMI chinês foi “surpreendentemente forte” e ajuda a sustentar o otimismo com a recuperação da economia global.

Também foram divulgados os PMIs da Europa, que ficaram majoritariamente acima dos 50 pontos. Na Alemanha, o PMI industrial ficou em 52,2 pontos e no Reino Unido, em 55,2 pontos. Por outro lado, o PMI francês ficou 49,8 pontos, mas acima da expectativa de 49 pontos.

Destaques

Na bolsa, as blue chips apresentaram forte valorização desde o início do dia e ajudaram a impulsionar o Ibovespa. Com grande peso no índice, as ações ordinárias da Petrobras avançaram 4,66% e as preferenciais, 4,48%. Entre os grandes bancos, Itaú subiu 3,40%, Bradesco, 2,03%, Banco do Brasil, 1,72% e Santander 3,25%.

Na ponta do índice, ficaram as ações da Hering, que subiram 9,02%. Do mesmo setor, os papéis da Renner tiveram alta de 4,6%, após a empresa registrar lucro de 818 milhões de reais no segundo trimestre. Embora tenha ficado 254% superior ao do mesmo período do ano passado, o lucro foi inflado pela recuperação do crédito fiscal da companhia no valor de 1 bilhão de reais.

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