Mercados

Ibovespa sobe mais de 1% com agenda pró-reforma; dólar fecha a R$ 4,03

Indicador da B3 avançou 1,32% nesta segunda, impulsionado por Vale, Petrobras e bancos

Ibovespa: alta faz índice se aproximar dos 95 mil pontos (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

Ibovespa: alta faz índice se aproximar dos 95 mil pontos (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 27 de maio de 2019 às 17h40.

Última atualização em 27 de maio de 2019 às 19h20.

O maior índice da bolsa brasileira, a B3, começou bem a semana, impulsionado pela repercussão positiva das manifestações pró-reformas no domingo – ainda que os investidores mantenham a cautela com a cena política. O Ibovespa fechou nesta segunda-feira (27) em alta de 1,32%, aos 94.864 pontos.

Em razão do feriado nos Estados Unidos, o dia foi de negócios reduzidos também nos mercados do Brasil.  As ações da mineradora Vale e da petroleira estatal Petrobras, as mais negociadas, ajudaram a turbinar a alta do Ibovespa. A valorização dos principais bancos, Bradesco e Itaú Unibanco, também deu suporte ao tom positivo do indicador.

Destaques do Ibovespa

Na cena corporativa, chamaram atenção as ações das redes de varejo Magazine Luiza e Centauro, que protagonizam um novo episódio da disputa pela varejista online Netshoes. A companhia recebeu uma nova oferta pela sua aquisição, 50% maior que a inicial.

Magazine Luiza fechou em alta de 0,65%, a R$ 178 por ação, após ter chegado a subir mais de 2%. Centauro, que também abriu em forte alta, mudou o rumo e terminou o pregão em queda de 0,88, com os papéis valendo R$ 11,20. Netshoes, que tem listagem em Nova York, não teve negociações pelo feriado nos EUA.

Embora a capacidade financeira do Magazine Luiza em adquirir a Netshoes seja maior, o custo de não fazer o negócio é muito maior para a Centauro, avaliou Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail. Em sua visão, é difícil prever quem vence, porque não é possível medir o apetite da Centauro e o valor estratégico atribuído ao negócio.

A maior queda do dia foi da empresa de serviços de pagamentos Cielo, que recuou mais de 4% após informar que desistiu da projeção de lucro para 2019 e reduziu fortemente a remuneração que distribuirá a acionistas. No sábado, o presidente-executivo da Cielo, Paulo Caffarelli, afirmou à Reuters que a empresa cortará dividendos para aumentar investimentos no competitivo mercado de meios de pagamentos.

A mineradora Vale teve valorização de quase 4%, favorecida pela alta dos preços do minério de ferro da China. A commodity vem subindo em meio a preocupações de redução na oferta com o risco de rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Barão de Cocais (MG).

Petrobras subiu nas ações ordinárias e preferenciais, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior. A estatal estabeleceu 7 de junho como prazo final para o envio de propostas não vinculantes por interessados na aquisição da Liquigás, sua distribuidora de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), segundo a Reuters.

Dólar a R$ 4,03 com cenário externo

Apesar do tom otimista nos mercados locais, o dólar subiu nesta frente ao real, num dia de tom misto para moedas emergentes. Novas discussões sobre as chances de queda de juros no Brasil prejudicaram a atratividade da moeda brasileira.

A moeda dos EUA fechou em alta 0,48% nesta segunda-feira, negociada a R$ 4,0352.

Com a esticada do dólar nas últimas semanas, o Goldman Sachs decidiu elevar a estimativa para a moeda norte-americana ao fim dos próximos três meses de R$ 3,80 para R$ 4,00.

"Claramente, os riscos políticos têm aumentado. E se os desdobramentos políticos e macro continuarem a se deteriorar, nossa visão de longo prazo para o real, que hoje é mais positiva, também será alterada", disse o banco em nota a clientes, assinada pelo estrategista Zach Pandl.

Montadoras impulsionam bolsas europeias

Na Europa, as bolsas subiram, impulsionadas pelas negociações da fusão entre a Fiat Chrysler e a Renault em um acordo que pode criar a terceira maior montadora do mundo, com quase 30% do mercado no Brasil.

O setor de automóveis subiu. Os papéis da Renault fecharam em alta de maios de 12%, negociadas a 56,03 euros por ação, enquanto Fiat valorizou quase 8%, na esteira das expectativas de que o negócio cria um grande competidor frente ao setor automotivo na Ásia e EUA.

Mas o volume de negociações foi baixo, já que os mercados no Reino Unido e EUA ficaram fechados por feriados.

Acompanhe tudo sobre:B3AçõesMagazine LuizaDólarFiatIbovespaRenaultCentauro

Mais de Mercados

Buffett encerra participação na chinesa BYD após 17 anos de investimento

Ouro bate novo recorde com investidores de olho em cortes de juros nos EUA

Japão na mira de Buffett: investidor amplia participação em um dos maiores conglomerados do país

Techs despencam na Índia e Europa abre em queda com pressão sobre montadoras