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Ibovespa cai e volta aos 121 mil pontos com temores de inflação nos EUA

Ações de commodities perderam força ao longo do dia e não conseguiram impulsionar alta do índice; bancos registraram alta

Painel de cotações da B3  |  Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de maio de 2021 às 10h17.

Última atualização em 10 de maio de 2021 às 17h35.

Após encerrar a última semana em alta de 2,64%, o Ibovespa oscilou próximo da estabilidade ao longo da maior parte do pregão desta segunda-feira, 10, com temores sobre inflação americana ganhando força no mercado internacional por causa da alta das commodities. O índice encerrou o dia em leve queda de 0,11%, aos 121.909 pontos.

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Nos Estados Unidos, ações de tecnologia sofreram as maiores perdas, com o medo de que a manutenção dos juros próximos de zero não dure tanto quanto o esperado, tornando mais caro o financiamento de projetos e desacelerando o crescimento dessas empresas.

Com o temor de inflação, os principais índices americanos encerraram o dia em queda. Enquanto o Nasdaq, com maior participação de empresas de tecnologia, caiu 2,55%, o Dow Jones, mais ligado à "economia tradicional", recuou apenas 0,1% e chegou a atingir um novo recorde intradiário. O S&P 500, mais amplo e considerado o principal índice do mercado americano, recuou 1,04%.

No mercado brasileiro, movimento de rotação semelhante ocorreu com Locaweb (LWSA3) e B2W (BTOW3) que lideram as perdas do Ibovespa, caindo 5,28% e 4,37%, respectivamente. Associadas ao comércio eletrônico, as ações das Lojas Americanas (LAME4) e do Magazine Luiza (MGLU3) recuam 3,95% e 3,47%.

“O principal índice da bolsa de valores brasileira operou de lado, pressionado pelas ações do setor varejista e elétrico e perdendo a chance de subir com o rali das commodities”, afirmam, em nota, analistas da Ativa Investimentos.

Na ponta positiva do índice, os papéis de commodities e do setor bancário sustentaram o Ibovespa. Petrobras (PETR3; PETR4) registrou alta de 1,25% e 1,31%, respectivamente, seguindo a leve alta no preço do petróleo. Entre os bancos, os papéis do Bradesco (BBDC3; BBDC4) registraram as maiores altas do setor, avançando 2,29% e 2,41%, respectivamente.

Já o destaque do setor de commodities foi o minério de ferro, que registrou uma valorização de 10% na China. Em Singapura, onde também é negociada, a commodity chegou subiu para a marca recorde de 226 dólares. Embalada pela alta, a Vale (VALE3) chegou a renovar o recorde intradia encostando no preço de 120,45 reais na máxima, mas virou para queda com realizações e encerrou o dia com perdas de 0,66%, negociada a 114,69 reais.

A apreciação do minério de ferro foi impulsionada pela expectativa de recuperação global da indústria de aço. No pano de fundo, também estão as tensões comerciais entre a China, maior consumidora da commodity, e a Austrália, maior produtora de ferro do mundo.

Apesar da busca de investidores por empresas que se beneficiam da alta do minério, na China, aumentam as pressões maiores regulamentações do mercado de futuros, onde a commodity é negociada, e para menor produção de aço. "É preciso ter cuidado para não achar que estamos entrando em um 'novo normal' de minério de ferro eternamente a 200 dólares" alerta Bruno Lima, analista-chefe da EXAME Invest Pro

O maior destaque de alta do Ibovespa foram as ações da CVC (CVCB3), que avançaram mais de 5,01%, na expectativa de uma recuperação do setor de turismo no segundo semestre. Já as ações da GOL (GOLL4), subiram 1,48% na esteira da prévia operacional de abril, divulgada na noite de sexta-feira, 7. No mês, a companhia registrou 4.551 voos, representando um crescimento anual de 289%. Também houve melhorias na taxa de ocupação, que passou de 79,5% para 82,8%.

No campo negativo, os papéis da Eletrobras (ELET3; ELET6) caíram 1,51% e 1,96%, após o colunista Lauro Jardim, de O Globo, afirmar que não há chances de a companhia ser privatizada em 2021 e "muito menos" em 2022 por ser um ano eleitoral.

Dólar

O dólar fechou com ligeira alta de 0,07%, negociado a 5,232 reais. A moeda permaneceu próxima aos 5,20 reais, marca mínima dos últimos quatro meses, seguindo o clima próximo à neutralidade no exterior. A moeda registrou leve desvalorização de 0,01% frente às outras divisas segundo o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de moedas fortes.

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