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Ibovespa sobe e recupera 103 mil pontos com blue chips e commodities

Dados recentes da atividade econômica norte-americana e sinalizações positivas do conflito comercial entre Estados Unidos e China criaram ambiente positivo

Índice fechou em maior desde início de agosto (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Índice fechou em maior desde início de agosto (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 17h49.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 18h18.

O Ibovespa fechou em leve alta nesta segunda-feira, acima dos 103 mil pontos pela primeira vez desde meados de agosto, apoiado em blue chips e papéis relacionados a commodities, embora a fraqueza em Wall Street e ajustes em ações com forte valorização recente tenham afastado o pregão das máximas do dia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,24%, a 103.180,59 pontos, após oscilar da máxima de 104.259,77 pontos à mínima de 102.792,78 pontos. O volume financeiro somou 18,95 bilhões de reais.

Na visão de Pedro Menezes, dados recentes da atividade econômica norte-americana e sinalizações positivas do imbróglio comercial entre Estados Unidos e China ajudaram a reverter a tendência de queda nas taxas dos treasuries, configurando um ambiente melhor para ações de bancos de modo geral e também para commodities.

"Tal cenário levou gestores e investidores a iniciarem um movimento muito forte de rotação de setores na Bolsa", observou, citando, por exemplo, aumento na demanda por papéis de bancos e vendas de ações com alguma ligação com setor de tecnologia. "Isso começou na semana passada e se acentuou."

Para efeito de comparação, após encerrar agosto quase estável, com perda de 0,2%, Itaú Unibanco PN já acumula alta de 6% em setembro. Magazine Luiza ON, que subiu 10% no mês passado, contabiliza um declínio de quase 7%.

Para Carlos Daltozo, chefe de renda variável da Eleven Financial Research, o que houve nos últimos dias, provavelmente, foi entrada de capital estrangeiro na Bolsa, o que ajuda a explicar o fato de o setor de bancos ser o que mais tem se sobressaído neste começo de mês.

Dados no site da B3 sobre o fluxo de recursos no mercado secundário de ações mostram entrada líquida de capital externo nos dias 4 e 5 de setembro, no total de 634 milhões de reais. No mês, contudo, as saídas ainda superam as entradas em 1,745 bilhão de reais.

No exterior, em Wall Street, o S&P 500 encerrou com quase estável e o Nasdaq cedeu 0,19%, o que ajudou a enfraquecer o Ibovespa, embora o Dow Jones tenha fechado com elevação de 0,14%.

Daltozo observou que, apesar do noticiário recente, o mercado continua aguardando definições sobre a situação comercial entre Estados Unidos e China, oscilando conforme anúncios de ambas as partes. "Fica um pouco nessa tendência lateral", disse.

A XP Investimentos também destacou em nota enviada a clientes mais cedo que as atenções dos mercados estão voltadas para novas medidas de estímulos dos bancos centrais globais para fazer frente à desaceleração da atividade econômica.

Nesse sentido, Christian Gattiker, chefe de pesquisa do Julius Baer, destacou que o Banco Central Europeu (BCE) será o destaque da semana, com o clímax reservado para a decisão do Federal Reserve no próximo dia 18. "Interessante ver se eles (BCE) são capazes de fornecer algo tangível além da retórica."

DESTAQUES

- VALE fechou em alta de 3,1% e USIMINAS PNA disparou 8,1%, em sessão positiva para papéis de mineração e siderurgia na Bolsa, tendo de pano de fundo a alta dos preços do minério de ferro e do aço na China, guiada por um movimento de Pequim para aumentar a liquidez e fortalecer sua economia e com expectativas de mais estímulos. CSN teve ganho de 3,2% e Gerdau subiu 5,5%.

- ITAÚ UNIBANCO PN terminou com elevação de 2,45%, engatando a quarta alta seguida, com os bancos mantendo a recuperação iniciada na última semana. BRADESCO PN subiu 1,27% e SANTANDER BRASIL UNIT apreciou-se 1,57%.

- BANCO DO BRASIL ganhou 1,24%, tendo no radar que analisa alternativas para incrementar atuação no mercado de capitais, e que isso pode incluir reorganização da estrutura do banco de investimentos e eventuais parcerias. Na sexta-feira, Reuters noticiou que BB e UBS estão em negociações avançadas para uma joint venture em banco de investimento.

- PETROBRAS PN valorizou-se 1,55%, favorecida pela alta dos preços do petróleo no exterior. A companhia também anunciou nesta segunda-feira o início de uma oferta para a troca de sete títulos antigos por novos com vencimento em 2030 ou recompra dos papéis.

- SUZANO fechou em alta de 6,57%, com o setor de papel e celulose também em alta. KLABIN UNIT avançou 1,33%.

- MARFRIG subiu 3,85, mas BRF perdeu fôlego e fechou em baixa de 1,15%, respectivamente, com novas fábricas de ambas as empresas entre os novos estabelecimentos do país habilitados para exportar carnes à China. Minerva , que não está no Ibovespa e também teve plantas liberadas, valorizou-se 5,46%. JBS, que não teve nova planta habilitada, caiu 3,53%.

- B2W e MAGAZINE LUIZA recuaram 5,64% e 5%, respectivamente, assim como VIA VAREJO perdeu 5,01%, dando continuidade ao ajuste negativo no mês. Em agosto, tais papéis acumularam valorização de 25%, 10% e 0,13%, respectivamente.

- CYRELA encerrou em baixa de 6,41%, também entre os destaques negativos, em sessão negativa para o setor imobiliário e após subir mais de 3% em agosto, no terceiro mês seguido de alta.

- B3 caiu 4,53%, entre as maiores quedas da sessão, na esteira de alta de mais de 6% em agosto, que foi o quinto ganho mensal consecutivo.

- BANCO PAN PN, que não está no Ibovespa, subiu 7,81%, após anunciar oferta de distribuição primária e secundária de até 138 milhões de PNs, com esforços restritos, que deve ser precificada em 19 de setembro. A Caixa Participações (CaixaPar) será o acionista vendedor na oferta secundária.

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