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Ibovespa fecha em alta com remdesivir e expectativa de reabertura dos EUA

Cenário interno pesou sobre mercado brasileiro, mas não foi suficiente para reverter movimento positivo

Foto: Jesada Wongsa/Getty Images (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2020 às 17h22.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 19h00.

O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, 17, puxado pelo cenário externo, que teve um dia positivo com o plano de reabertura da economia americana e com a possibilidade de o medicamento remdesivir ser mesmo eficaz no tratamento contra o coronavírus. Em linha com os mercados estrangeiros, o principal índice brasileiro de ações subiu 1,5%, em 78.990,29. A alta, porém, foi inferior ao do mercado americano, onde o S&P 500 avançou 2,7%.

O otimismo sobre os efeitos do remédio foram um dos principais destaques do dia. Segundo o  site de notícias médicas Stat, o remdesivir apresentou melhoras em todos os 125 pacientes com o coronavírus covid-19 que participaram de uma pesquisa realizada pela Universidade de Chicago. Desse total, 113 estavam em estado grave.

Para o Renato Mimica, diretor da Exame Research, o remdesivir, assim como os outros potenciais medicamentos contra o coronavírus podem ser um gatilho positivo para o mercado. "A curva de contágios e fatalidades e notícias sobre resultados de testes de tratamentos devem continuar sendo os grandes direcionadores de preços no curto prazo", disse em relatório. 

A melhora do cenário externo também foi reforçada pelo plano de reabertura gradual da economia americana. Em pronunciamento na noite de ontem, o presidente Donald Trump informou que os Estados Unidos devem passar por três fases antes da volta à normalidade.

“A reabertura da economia americana ajuda bastante [os mercados]”, disse André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos.

Apesar do tom positivo no exterior, Perfeito vê um cenário político mais conturbado internamente, com conflitos do governo federal com membros do Legislativo e governadores.

No começo do pregão, o Ibovespa chegou a subir mais de 2%, mas reduziu a alta ainda pela manhã pouco após o estado de São Paulo anunciar que irá prorrogar a quarentena para, pelo menos, até 10 de maio.

Para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, a dúvida sobre até quando a economia brasileira estará fechada preocupa os investidores. "A confirmação [da prorrogação da quarentena] acaba corroborando para a incerteza sobre o retorno da atividade econômica [no país]."

Outro fator que jogou contra o Ibovespa foi o rebaixamento da perspectiva da Moody’s sobre sistema bancário brasileiro, que passou de estável para negativa. A agência de classificação de risco espera que o aumento do desemprego eleva a inadimplência, tornando inferior a qualidade das carteiras de crédito dos bancos.

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