Painel de cotações da B3: dia de queda para ações de e-commerce (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 11 de março de 2022 às 10h37.
Última atualização em 11 de março de 2022 às 19h47.
Ibovespa hoje: o principal índice da B3 tem leve queda na tarde desta sexta-feira, 11, acompanhando a maior fraqueza do mercado americano, que opera próximo da estabilidade. A maior cautela de Nova York foi seguida pela Europa, com os ganhos caindo de 3% para menos de 2%. Ainda assim, dados econômicos divulgados nesta manhã contribuem com o tom positivo no continente.
Às 13h55:
Ibovespa: -0,41%, aos 113.201 pontos
Dólar: +0,14%, aos 5,023 reais
S&P 500 (EUA): -0,28%
Nasdaq (EUA): -1,07%
Stoxx 600 (Europa): +1,07%
Dax (Alemanha): +1,33%
O PIB do Reino Unido superou as estimativas do mercado, crescendo 0,8% em janeiro contra alta esperada de 0,2%. O crescimento saltou de 9,3% para 10% na comparação anual. Já a inflação ao consumidor alemão saiu exatamente em linha com as expectativas, em 5,1%.
O IPCA divulgado pelo IBGE nesta manhã, por outro lado, voltou a sair acima do previsto, ficando em 1,01% para o mês de fevereiro. O IPCA anual acelerou de 10,38% para 10,54%, ante consenso de 10,50%. A nova surpresa provoca reações na bolsa, com alta dos juros futuros de curto prazo, refletindo expectativas de aperto monetário mais duro do Banco Central. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é na próxima quarta-feira, 16.
Ações que tendem a ser mais prejudicadas pelo cenário de inflação e juros mais altos operam em queda. Entre as varejistas online, Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) viraram para o terreno negativo, após iniciarem a sessão em alta.
A ação da Americanas (AMER3) cai mais de 4%. Já as ações de Arezzo (ARZZ3) e C&A (CEAB3), que chegaram a figurar entre as maiores valorizaçãos do Índice Small Caps, também perderam força.
Americanas (AMER3): - 4,83%
Magazine Luiza (MGLU3): - 1,01%
Via (VIIA3): - 0,31%
C&A (CEAB3): - 0,67%
Arezzo (ARZZ3): + 0,13%
Também na ponta negativa, ações de algumas das principais construtoras imobiliárias do país apresentam fortes quedas nesta sexta, após o resultado da Tenda (TEND3), divulgado na noite anterior, ter ligado o sinal de alerta sobre o setor. As ações da Tenda despencam 25%. A queda é a maior entre todas as ações listadas na B3.
Tenda (TEND3): - 25,55%
O resultado da Tenda decepcionou em diversas frentes, a começar pela receita líquida de 517,2 milhões de reais no quarto trimestre. O número não só saiu 25% abaixo do registrado no mesmo período de 2020 como foi muito pior do que indicava o consenso de mercado da Bloomberg, de 745,2 milhões de reais de receita.
Como consequência de seu desempenho, a incorporadora reverteu o lucro de 72 milhões de reais do quarto trimestre de 2020 e apresentou prejuízo líquido de 268,5 milhões de reais. O Ebitda ajustado ficou negativo em 216,9 milhões de reais, sendo que a expectativa era de que a métrica fosse positiva em 43,9 milhões de reais.
Embora tenha recomendação de compra para os papéis, considerando o valuation da Tenda, a equipe de analistas do BTG Pactual disse não acreditar que em reversão da forte queda nas próximas semanas. "A falta de confiança nas margens 'normalizadas' pode impedir a recuperação das ações no curto prazo", afirmam em relatório.
O balanço da companhia empurra ações de todo o setor de construção para baixo. As incorporadoras voltadas para o público de baixa renda, mesmo segmento da Tenda, são as que mais sofrem neste pregão.
MRV (MRVE3): -11,05%
Direcional (DIRR3): -8,33%
Cyrela (CYRE3): -2,39%
Eztec (EZTC3): -4,51%
JHSF (JHSF3): -1,99%