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Ibovespa sobe 1% e engata terceiro dia de alta com ajuda da Petrobras

Em dia de feriado nos Estados Unidos, ações sobem ancoradas em fatores domésticos

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 10h29.

Última atualização em 25 de novembro de 2021 às 17h21.

O Ibovespa sobe 1,26%, aos 105.834 pontos, às 17h20 desta quinta-feira, 25, caminhando para seu terceiro dia de recuperação desde que fechou em seu menor patamar do ano, no início da semana. O principal índice da B3 volta suas atenções para o mercado doméstico, com o feriado de Ação de Graças fechando as bolsas nos Estados Unidos.

Neste pregão, o movimento altista acompanha os ganhos em torno de 4% nas ações da Petrobras (PETR3/PETR4), papéis que têm a segunda maior participação na carteira teórica do índice.

Os papéis avançam após a petroleira divulgar seu plano estratégico e revisar sua política de dividendos -- mudanças bem recebidas por analistas. Relatório do BTG Pactual destaca que o recém revelado plano estratégico de 5 anos da Petrobras viria como a coroação do progresso notável que a companhia alcançou nos últimos anos. 

“Foco em segurança, descarbonização, fortalecimento do balanço, pré-sal, um pouco mais de flexibilidade para alocação de capital e delta de geração de EVA (valor econômico agregado) atestam uma empresa sem dúvida mais madura do que jamais foi”, afirmam. 

No campo macroeconômico, economistas repercutem o IPCA-15 de novembro, que foi o maior para o mês desde 2002. Divulgado nesta manhã pelo IBGE, a inflação da primeira quinzena do mês bateu 1,17%, voltando a superar o consenso de mercado e 1,13% de alta. Com o resultado, a inflação anual acelerou de 10,34% para 10,73%.

"Em termos agregados sabemos bem que a inflação segue persistente. Gasolina e gás de cozinha continuam tirando o sono do brasileiro", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Para João Leal, economista da Rio Bravo, os números de hoje jogam mais pressão para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), daqui a duas semanas. "Muitos itens surpreenderam em novembro, mas as principais altas se concentraram em habitação, vestuário, transportes e saúde. Apesar da desaceleração do IPCA 15, não vemos espaço para um arrefecimento forte da inflação até o final deste ano". Pela previsão da gestora, o IPCA deve fechar 2021 em 10,2% e 2022, em 5%, no teto da banda da meta de inflação.

Vale dizer que a divulgação, no entanto, não teve efeito sobre a curva de juros futura, que passa por um período de alívio desde a véspera.

Destaques da bolsa

Aproveitando o ambiente externo positivo, investidores voltam a recompor posição em ações que estiveram entre as piores performances das últimas semanas. Na ponta do Ibovespa, as ações da CVC (CVCB3) e da Gol (GOLL4) disparam 6,04% e 8,08%, respectivamente.

O maior destaque do dia, no entanto, fica com os papéis do Banco Pan (BPAN4) que dispara 9,42% após a Superintendência-Geral do Cade aprovar a incorporação da plataforma de comparação de preços e de originação de vendas Mosaico (MOSI3), que sobe 7,66% fora do Ibovespa. As units do BTG Pactual (BPAC11), controlador do Pan, sobem 6,08%. 

As construtoras também sobem em bloco, com Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3) subindo mais de 4%. As ações reagem ao pacote de medidas anunciado pelo governo para facilitar o uso de garantias e baratear o custo do crédito, abrindo caminho para que um mesmo imóvel seja usado como garantia em mais de uma operação. 

Já a Vale (VALE3), que veio sustentando as últimas altas do Ibovespa em linha com a recuperação do minério de ferro na China, opera em queda de 0,79% nesta quinta-feira, com investidores realizando lucros. Na China, o minério voltou a fechar em alta, batendo a máxima em cinco semanas. Contudo, o rali já dá sinais de desgaste, com a alta de pouco mais de 1% desta madrugada sendo a menor dos últimos pregões.

Com as maiores quedas do Ibovespa estão as exportadoras Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3), que recuam 2,58% e 1,54% acompanhando a queda do dólar.

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