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Ibovespa sobe com ajuste de olho em agenda econômica

As preocupações políticas diante das denúncias contra o presidente Michel Temer seguem no radar

B3: às 11:24, o Ibovespa subia 1,26 por cento, a 63.452 pontos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: às 11:24, o Ibovespa subia 1,26 por cento, a 63.452 pontos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 24 de maio de 2017 às 11h45.

Última atualização em 24 de maio de 2017 às 11h46.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista subia nesta quarta-feira, com a tentativa do governo de manter o andamento da agenda econômica abrindo espaço para ajustes, embora as preocupações políticas diante das denúncias contra o presidente Michel Temer sigam no radar.

Às 11:24, o Ibovespa subia 1,26 por cento, a 63.452 pontos. O giro financeiro era de 2,15 bilhões de reais.

Na véspera, o governo conseguiu, ainda que sob protestos da oposição, impor um dia de votações no Congresso Nacional de forma a passar um ar de "normalidade" no Legislativo, com o Senado aprovando três medidas provisórias no início da noite.

A oposição tentou impedir a leitura do parecer da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), levando à suspensão da sessão, mas o texto foi dado como lido pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

Apesar disso, o mercado segue cauteloso quanto ao andamento da agenda do governo diante das turbulências que afetaram o centro do Planalto após a divulgação de gravação entre um dos sócios do JBS e Temer.

"No Senado, a leitura do relatório na comissão da reforma trabalhista... quase gerou um 'vale tudo' com pancadaria e acirradas discussões, mostrando que será bem difícil para o governo angariar mais votos favoráveis à reforma, que deve ser votada na próxima semana", escreveram analistas da corretora Coinvalores em nota a clientes.

Destaques

- JBS ON subia 3,7 por cento, em uma sessão volátil e novamente marcada por diversos leilões para o papel desde a abertura. Na véspera, fontes disseram à Reuters que a empresa e a família controladora contrataram o Bradesco BBI para trabalhar na venda de vários ativos após o escândalo decorrente das revelações da delação premiada de Joesley e Wesley Batista na semana passada.

- QUALICORP ON avançava 2,8 por cento, após o Bradesco BBI elevar a recomendação para os papéis da empresa administradora de planos de saúde para "outperform" e elevar o preço-alvo para 33 reais.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 1,5 por cento e BRADESCO PN tinha alta de 2,95 por cento, ajudando o tom positivo do Ibovespa devido ao peso dos papéis no índice. BANCO DO BRASIL ON mostrava valorização de 3 por cento e SANTANDER UNIT avançava 1,6 por cento.

- PETROBRAS PN subia quase 3 por cento e PETROBRAS ON avançava 2,65 por cento, tendo os planos de financiamento da empresa no radar. Na véspera, a petroleira informou o resgate antecipado de títulos com vencimento previsto para 2018, no valor somado de cerca de 1,8 bilhão de dólares, que será pago com recursos captados pela empresa em recente emissão de títulos.

- VALE PNA caía 2,3 por cento e VALE ON tinha baixa de 2,7 por cento, em sessão de perdas para os futuros do minério de ferro na China, que tiveram o maior tombo diário em mais de duas semanas após a Moody's rebaixar a nota de crédito da China e em meio a preocupações com os estoques no nível mais alto em pelo menos 13 anos.

- ALPARGATAS PN, que não faz parte do Ibovespa, avançava 8 por cento. A empresa informou na véspera a renúncia de seu chairman Vincent Trius e de Joesley Batista, da família controladora por meio da J&F, como membros do conselho de administração e a desistência de votar a proposta de migração para o Novo Mercado.

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