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Ibovespa sobe com ajuste após maior queda em quase nove anos

Às 11:27, o índice subia 3,03 por cento, a 63.461,47 pontos. Na véspera, o índice despencou 8,8 por cento, a maior perda diária desde outubro de 2008

Ibovespa: áudios de Temer, segundo operadores, não é comprometedor a ponto de justificar a continuidade da sangria dos mercados vista na quinta-feira (Paulo Fridman/Bloomberg)

Ibovespa: áudios de Temer, segundo operadores, não é comprometedor a ponto de justificar a continuidade da sangria dos mercados vista na quinta-feira (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 19 de maio de 2017 às 11h38.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista subia nesta sexta-feira, em movimento de ajuste após desabar na véspera na esteira da revelação de gravação de conversa do presidente Michel Temer com Joesley Batista, um dos controladores da JBS.

Às 11:27, o Ibovespa subia 3,03 por cento, a 63.461,47 pontos. Na véspera, o índice despencou 8,8 por cento, a maior perda diária desde outubro de 2008. O giro financeiro era de 3,28 bilhões de reais.

O áudio, segundo operadores, não é comprometedor a ponto de justificar a continuidade da sangria dos mercados vista na quinta-feira, embora a situação ainda demande cautela.

"As gravações não se mostram tão contundentes... portanto, se for só isso, não é conclusivo", disse o gestor da mesa de operações de Bovespa da corretora Coinvalores, Marco Tulli Siqueira.

Na conversa com Temer, Joesley Batista confessa ter pago propina a um procurador da República para ter acesso antecipado a investigações que o envolvia, reclamou de nomeações para cargos importantes no governo, defendeu uma queda mais acentuada da taxa Selic e disse que "zerou" as pendências com o ex-deputado Eduardo Cunha.

No entanto, investidores ainda veem o modo de cautela predominando na bolsa nos próximos pregões, com riscos maiores às reformas, principalmente a da Previdência. Antes da turbulência da véspera, o otimismo com o andamanto no Congresso Nacional das mudanças na Previdência vinha ajudando a manter o tom positivo dos mercados.

"Teremos turbulências sim, há danos com os acontecimentos que fazem todos perderem", completou Siqueira.

Destaques

- Bradesco PN e Itaú Unibanco PN avançavam 4,5 por cento cada, dando respaldo aos ganhos do índice devido ao peso em sua composição. O setor bancário como um todo se recuperava após as fortes perdas da véspera. Banco do Brasil ON tinha alta de 6 por cento e Santander UNIT ganhava 5,5 por cento.

- Cemig PN tinha valorização de 8,7 por cento, após ficar entre as maiores perdas da véspera, quando despencou 20,4 por cento.

- Petrobras PN ganhava 4,5 por cento Petrobras ON avançava 3,6 por cento, com os ganhos do petróleo no mercado internacional ajudando os papéis em seu movimento de recuperação das perdas da sessão anterior.

- JBS ON tinha leve baixa de 0,3 por cento, após cair quase 10 por cento na véspera e perder cerca de 2,5 bilhões de reais em valor de mercado em apenas um pregão. Executivos da empresa e da controladora J&F anunciaram na quinta-feira acordo de delação premiada, enquanto o sócio do grupo Joesley Batista admitiu pagamento de propina para obter facilidades para o conglomerado.

- Suzano Papel e Celulose PNA tinha perdas de 2 por cento e Fibria ON cedia 1,5 por cento, após subirem na véspera e em sessão de queda do dólar frente ao real.

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