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Ibovespa sobe apesar de exterior negativo; Magazine Luiza dispara

O Ibovespa subiu 0,29 por cento, a 82.956 pontos, tendo tocado 82.201 pontos na mínima e 83.408 pontos na máxima da sessão

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 12,266 bilhões de reais (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 12,266 bilhões de reais (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2018 às 17h11.

Última atualização em 8 de maio de 2018 às 17h39.

São Paulo - A bolsa brasileira fechou em alta nesta terça-feira, após sessão sem tendência definida e marcada por bateria de resultados corporativos domésticos, entre eles o da Petrobras e o do Magazine Luiza, com a cena externa desfavorável a emergentes limitando os ganhos locais.

O Ibovespa subiu 0,29 por cento, a 82.956 pontos, tendo tocado 82.201 pontos na mínima e 83.408 pontos na máxima da sessão. O volume financeiro do pregão somou 12,266 bilhões de reais.

"Tivemos resultados muitos bons, como da Petrobras, do Magazine Luiza, ao mesmo tempo em que o estresse no câmbio ajuda a baratear os ativos do Brasil em dólar", disse Claudio Pacini, chefe de Brasil na área de ações da corretora INTL Fcstone nos Estados Unidos.

No câmbio, o dólar fechou a 3,5689 reais, em alta de 0,45 por cento, seguindo o exterior, onde pesou o aumento de riscos geopolíticos em meio ao anúncio oficial da saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, com o governo de Donald Trump restabelecendo sanções ao país.

Em 2018, o Ibovespa acumula alta de 8,58 por cento em moeda local. Em dólar, o índice contabiliza um acréscimo de apenas 0,82 por cento.

Preocupações acerca do aumento dos juros nos Estados Unidos, contudo, têm alimentado volatilidade nos mercados emergentes e deixado investidores melindrados, como se vê nos dados de fluxo de capital externo do segmento Bovespa da B3, que já mostram saldo negativo de mais de 1 bilhão de reais em maio.

Desde a máxima de fechamento no ano registrada no final de janeiro, o índice MSCI de mercados emergentes acumula queda de mais de 10 por cento.

Destaques

- PETROBRAS PN fechou em alta de 1,15 por cento, em meio à repercussão favorável do balanço do primeiro trimestre, com lucro líquido de 6,96 bilhões de reais, e anúncio de distribuição de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) de 652 milhões de reais. O Morgan Stanley considerou o resultado forte e afirmou que acredita que a qualidade dos lucros continuará a surpreender à frente. O movimento das ações teve ainda como pano de fundo a queda do petróleo no exterior. PETROBRAS ON encerrou estável.

- MAGAZINE LUIZA disparou 14,60 por cento, a 110,99 reais, nova máxima de fechamento, após lucro líquido de 147,5 milhões de reais no período de janeiro a março, salto anual de 152 por cento. O preço da ação da varejista, com base em múltiplos tradicionais, está elevado, mas a empresa segue superando até mesmo as estimativas mais otimistas, citaram analistas do Credit Suisse, destacando que a companhia tem forte crescimento em lojas físicas e uma operação integrada no comércio eletrônico.

- BANCO DO BRASIL avançou 2,72 por cento, após recuar nos últimos cinco pregões. Da máxima de fechamento do ano em março até a véspera, o papel acumulou queda de 20 por cento. O banco estatal divulga balanço trimestral na quinta-feira, antes da abertura dos negócios. Analistas do Santander Brasil esperam que a melhoria geral na qualidade dos ativos continue, apesar de estimarem uma queda no lucro na base trimestral, ligada principalmente à sazonalidade, conforme relatório a clientes em abril com prévia para os balanços dos bancos.

- ESTÁCIO subiu 2,7 por cento, após recuar 16,5 por cento desde a divulgação do balanço no final de abril. O analista do Citi Lucio Aldworth elevou a recomendação das ações para 'compra' citando a forte queda dos papéis, bem como melhorou estimativas de margem e lucro.

- CIELO avançou 2,43 por cento, tendo de pano de fundo relatório de analistas do JPMorgan elevando a recomendação das ações para 'neutra', apesar de corte nas estimativas de lucro e no preço-alvo, de 20 para 19 reais.

- BRADESPAR PN caiu 5,55 por cento, pressionada ainda por preocupações com processo envolvendo ações da Vale . O jornal Valor Econômico noticiou nesta terça-feira que quatro fundos de pensão ligados a estatais avaliam acionar na Justiça a Bradespar por causa de disputa envolvendo a Elétron, do grupo Opportunity. A 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio homologou, segundo o jornal, laudo pericial que fixa em 4 bilhões de reais uma indenização à Elétron, porque supostamente a Elétron não teria conseguido exercer opção de compra de ações da extinta Valepar.

- SMILES recuou 2,71 por cento, tendo no radar lucro líquido de 155 milhões de reais de janeiro a março, queda de 0,8 por cento ante mesmo período de 2017. Analistas do BTG Pactual destacaram que o resultado trimestral da administradora de programas de fidelidade de clientes ficou em linha com o esperado, mas com algumas ressalvas. A empresa também afirmou que vai iniciar operações na Argentina, país que está buscando financiamento junto ao FMI para lidar com volatilidade dos mercados.

- MARCOPOLO PN, que não está no Ibovespa, saltou 14,6 por cento, após o resultado do primeiro trimestre superar as expectativas de analistas com lucro líquido de 31 milhões de reais, um salto de mais de 9 vezes ante o resultado de um ano antes.

 

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