Mercados

Ibovespa sobe 1,75% e encosta na máxima histórica de fechamento

Na noite passada, o Senado conseguiu concluir a aprovação da TLP e o Congresso aprovou o projeto de lei que aumenta as metas de déficit primário

B3: o mercado já esperava que a bolsa rompesse máximas históricas, mas ainda há dúvidas sobre a manutenção da euforia (Facebook/B3/Reprodução)

B3: o mercado já esperava que a bolsa rompesse máximas históricas, mas ainda há dúvidas sobre a manutenção da euforia (Facebook/B3/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 6 de setembro de 2017 às 18h36.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista subiu nesta quarta-feira, encostando na máxima histórica de fechamento, com respaldo de um cenário político mais tranquilo após o Congresso Nacional ter aprovado na véspera as novas metas fiscais e a proposta de criação da Taxa de Longo Prazo (TLP).

O Ibovespa subiu 1,75 por cento, a 73.412 pontos, segundo maior fechamento histórico do indicador, atrás somente da máxima alcançada em 20 de maio de 2008 (73.516 pontos). A máxima intradia também reside em maio de 2008, quando o índice alcançou 73.920 pontos durante o pregão.

O giro financeiro somou 11,08 bilhões de reais, acima da média diária vista nos primeiros dias de setembro até a véspera, de 8,78 bilhões de reais.

Na noite passada, o Senado conseguiu concluir a aprovação da TLP antes que a medida provisória perdesse sua validade, na quinta-feira. Também na véspera, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que aumenta as metas de déficit primário do país em 2017 e 2018.

"O governo passando as reformas e com a ideia de que a economia começa a reagir, as coisas vão acontecendo e o mercado fica com um clima positivo", disse o gerente de renda variável da H.Commcor Ari Santos.

Os avanços no Legislativo somaram-se ao tom otimista iniciado na véspera, com a visão de fortalecimento do governo do presidente Michel Temer, diante da chance de anulação de acordo de delação de executivos da J&F, holding da JBS.

O mercado já esperava que a bolsa rompesse máximas históricas, mas ainda há dúvidas sobre a manutenção da euforia. Enquanto parte dos agentes de mercado avalia que o cenário favorável continuará se sobrepondo por períodos mais longos, ainda há quem veja mais riscos, especialmente vindos do exterior.

O quadro político já vinha dando respaldo ao mercado de renda variável, com o impulso mais recente surgindo após o anúncio de planos de privatização da Eletrobras. Este cenário foi beneficiado ainda mais nesta sessão após o pedido de análise feito pelo Ministério da Fazenda ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de o governo abrir mão do direito de veto, o chamado "golden share", sobre certas decisões estratégicas em algumas empresas que serão ou foram privatizadas.

O bom humor neste pregão ainda foi amparado pela desaceleração da inflação acima do esperado, o que corrobora a expectativa pelo corte de 1 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Banco Central que termina nesta quarta-feira. Em 12 meses até agosto, o IPCA teve alta de 2,46 por cento, o menor patamar desde fevereiro de 1999, e abaixo das estimativas em pesquisa Reuters, de inflação de 2,6 por cento.

Destaques

- PETROBRAS PN teve alta de 4,23 por cento e PETROBRAS ON ganhou 4,38 por cento, em linha com o avanço dos preços do petróleo no mercado internacional. Os papéis da empresa também se beneficiam do cenário político mais favorável e de medidas para melhorar o perfil de endividamento. [O/R]

- EMBRAER ON subiu 3,17 por cento, após o pedido do governo de análise técnica e financeira sobre possibilidade de deixar as "golden shares" em empresas que sejam ou tenham sido privatizadas. Outro fator de suporte era o pedido firme da SkyWest por 25 E-Jets, que será incluído na carteira de pedidos do terceiro trimestre e entregue em 2018.

- ELETROBRAS PNB teve alta de 2,33 por cento e ELETROBRAS ON ganhou 1,44 por cento, com a visão positiva sobre os planos de privatização da empresa ganhando mais força após o pedido de análise do governo sobre fim das golden shares.

- SABESP ON avançou 1,88 por cento, tendo como pano de fundo a aprovação pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo do projeto de reorganização societária da empresa de saneamento básico, em um passo importante para um possível processo de capitalização da empresa.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,68 por cento e BRADESCO PN avançou 1,51 por cento, reforçando o viés de alta do índice devido ao peso desses papéis em sua composição. O dia foi positivo para o setor bancário como um todo, com SANTANDER UNIT em alta de 2,72 por cento e BANCO DO BRASIL ON avançando 2,38 por cento.

- RUMO ON caiu 3,85 por cento, liderando a ponta negativa do Ibovespa, após a empresa informar que avalia uma possível capitalização por meio de uma oferta pública de ações. Segundo analistas, há receio de que o movimento possa diluir os acionistas minoritários, além de dúvidas sobre o motivo do aumento de capital neste momento.

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