B3: índice Bovespa subia durante o pregão desta quarta-feira (3) (NurPhoto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 3 de abril de 2019 às 10h22.
Última atualização em 3 de abril de 2019 às 12h09.
São Paulo — O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, em meio ao exterior positivo com dados encorajadores da China e um possível avanço nas negociações comerciais entre Pequim e Washington, tendo no radar participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência da Comissão de Constição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Às 11:42, o Ibovespa subia 1,05 por cento, a 96.388,32 pontos. O volume financeiro somava 3,5 bilhões de reais.
"A força do Ibovespa vem na esteira de um cenário externo mais otimista para os mercados emergentes e dados econômicos que reduzem os temores de uma desaceleração do crescimento global", disse o economista-chefe da Guide Investimentos, Victor Candido.
Na China, números mostraram que a atividade no setor de serviços da China acelerou para a máxima de 14 meses em março com a melhora da demanda no país e no exterior.
O viés externo benigno também tinha suporte na ida do vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, a Washington para nova rodada de negociações entre as maiores economias do mundo.
Do lado doméstico, Candido acrescentou que a percepção sobre o andamento da reforma da Previdência tem melhorado, o que contribui para a trajetória ascendente na bolsa paulista.
Nesse contexto, as atenções estão voltadas para a CCJ da Câmara dos Deputados, onde o ministro da Economia falará a partir das 14h sobre a proposta que muda as regras das aposentadorias.
"Se houver uma boa interlocução, o ânimo dos investidores deverá ser renovado, embora o mercado já esteja contabilizando uma possível desidratação forte da reforma na comissão especial, próximo caminho da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência", disse a Santander Corretora, em nota a clientes.
Na véspera, o relator da Previdência na CCJ, deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG), disse que os pontos da proposta que foram alvos de críticas, como as mudanças ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), devem ficar para a comissão especial, próxima etapa da tramitação.
- VALE subia 1,8 por cento, acompanhando a alta dos preços de minério de ferro na China em meio a problemas de oferta sinalizados pelos maiores vendedores globais da matéria-prima e a uma forte demanda por siderúrgicas.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,25 por cento, entre as maiores contribuições positivas para o Ibovespa, enquanto BRADESCO PN subia 1,15 por cento.
- MAGAZINE LUIZA subia 3 por cento, em dia de modo geral positivo para o setor de varejo, com B2W ganhando 1,7 por cento e VIA VAREJO com acréscimo de 1,1 por cento.
- GOL PN valorizava-se 1,4 por cento, tendo no radar que participará do processo de aquisição de ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. A Latam Airlines Brasil, afiliada da Latam Airlines, também entrou no processo. Azul PN, que não está no Ibovespa e havia assinado acordo não vinculante para compra de alguns ativos da Avianca Brasil, subia 0,1 por cento.
- PETROBRAS PN tinha variação positiva de 0,25 por cento e PETROBRAS ON subia 0,1 por cento, com os preços do petróleo perto da estabilidade. Na véspera, a companhia recebeu três ofertas pela rede de gasodutos TAG, segundo fontes à Reuters. Investidores também continuam atentos a desdobramentos relacionados à cessão onerosa.
- JBS caía 0,7 por cento, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa, no segundo dia de perdas, após fechar na última segunda-feira na máxima desde setembro de 2015.
- BRASKEM perdia 0,6 por cento, também na ponta negativa. A petroquímica disse que não foi intimada nos autos de ação judicial proposta contra ela pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública de Alagoas pedindo bloqueio de aproximadamente 6,7 bilhões de reais, mas afirmou que avaliará e tomará as medidas pertinentes.