B3: segundo operadores, a sessão foi "um respiro" em meio à crise que atinge o Planalto (Facebook/B3/Reprodução)
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2017 às 18h19.
São Paulo - O índice de referência da bolsa paulista fechou em alta nesta quinta-feira, com destaque para empresas do setor elétrico, em sessão marcada por noticiário corporativo movimentado.
No entanto, a preocupação com o cenário político permaneceu no radar e limitou ganhos mais expressivos.
O Ibovespa fechou em alta de 0,84 por cento, a 61.272 pontos. O volume financeiro somou 6,7 bilhões de reais, abaixo da média diária para o mês até a véspera, de 8,37 bilhões de reais.
Segundo operadores, a sessão foi "um respiro" em meio à crise que atinge o Planalto desde a delação de executivos da JBS em meados de maio, que implica o presidente Michel Temer. O cenário político tem afetado os mercados e tirou o Ibovespa do patamar entre os 67 mil e 68 mil pontos, especialmente devido preocupações com o andamento das reformas no Congresso Nacional.
"Esse mal estar político ainda persiste e o mercado ainda está em compasso de espera", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.
Nesta quinta-feira, a maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) votou para que o acordo de delação premiada dos executivos da JBS seja analisado apenas na definição da sentença, quando será avaliada a eficácia das informações e provas prestadas pelos delatores. A maioria também votou para manter o ministro Edson Fachin como relator do caso.
O julgamento vai prosseguir na próxima semana para colher os votos dos demais ministros. Até a proclamação do resultado, os ministros que já votaram podem mudar de posição, embora isso seja raro.
Mais cedo, a equipe da corretora Guide Investimentos, afirmou que essas decisões devem abrir espaço para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, avance nas negociações sobre delações premiadas com o operador financeiro Lúcio Funaro e com o ex-deputado federal e ex-assessor especial de Temer Rodrigo Rocha Loures. "Acordos que manterão Michel Temer no centro das atenções", escreveu a equipe.
- ELETROBRAS ON subiu 6,41 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, e ELETROBRAS PNB teve alta de 4,50 por cento, após a empresa anunciar que deverá cortar quase 50 por cento de seu quadro de funcionários em uma reestruturação para sair de uma crise financeira iniciada no final de 2012.
- CEMIG PN avançou 6,33 por cento depois de o conselho de administração da empresa aprovar o início do processo de venda da participação da mineira na LIGHT, que não faz parte do Ibovespa e disparou 29,26 por cento.
- BRASKEM PNA subiu 1,69 por cento, após a empresa anunciar a aprovação final do conselho para a construção de uma fábrica de polipropileno nos Estados Unidos, com investimentos de 675 milhões de dólares.
- ESTÁCIO PARTICPAÇÕES ON ganhou 3,48 por cento, recuperando parte das perdas acumuladas nos dois pregões anteriores, quando desabou quase 14 por cento em meio às especulações sobre a possível rejeição da fusão com a KROTON pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As ações da Kroton subiram 2,32 por cento, após acumular perda de mais de 7 por cento nas duas sessões passadas.
- PETROBRAS PN subiu 3,44 por cento e PETROBRAS ON avançou 2,11 por cento, em linha com os ganhos dos preços do petróleo no mercado internacional. [O/R]
- VALE PNA ganhou 1,61 por cento e VALE ON teve alta de 2,08 por cento, mantendo o tom positivo da véspera, embora os contratos futuros do minério de ferro na China tenham ficado praticamente estáveis nesta sessão. Na terça-feira, a equipe global de commodities do Citibank reduziu suas estimativas para o minério de ferro para 50 dólares por tonelada no segundo semestre de 2017, ante 62 dólares. No entanto, os analistas da corretora do Citi mantiveram a recomendação de compra para a Vale considerando os múltiplos da empresa atrativos.