B3: persistente entrada de capital externo na bolsa paulista tem evitado que o Ibovespa mostre ajustes mais fortes (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11h31.
São Paulo - O principal índice acionário da B3 operava em território positivo nesta sexta-feira, mantendo-se próximo de máximas históricas em meio à contínua entrada de investimento estrangeiro, com as ações da Embraer entre as maiores altas.
Às 11:18, o Ibovespa subia 0,35 por cento, a 81.243 pontos. O giro financeiro era de 1,36 bilhão de reais.
A persistente entrada de capital externo na bolsa paulista tem evitado que o Ibovespa mostre ajustes mais fortes, tendo fechado em território negativo apenas em quatro pregões até agora neste ano.
Até o dia 16 de janeiro, o saldo externo na B3 era positivo em 4,5 bilhões de reais, tendo registrado entrada líquida em todos os pregões até o momento. Este fluxo reflete a forte liquidez externa, em meio às perspectivas de crescimento da economia mundial, mas sem pressão inflacionária, o que deve manter as taxas de juros nas maiores economias do mundo ainda baixas.
O pregão ainda era marcado por alguma cautela no exterior com a possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos. A legislação para impedir que isso aconteça encontrou obstáculos no Senado no final da quinta-feira, apesar da aprovação de um projeto de financiamento por um mês pela Câmara dos Deputados horas antes.
Localmente, a expectativa por uma recuperação da economia também ajuda a direcionar parte dessa liquidez global para os mercados locais.
No front político, o mercado espera o julgamento em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana.
- EMBRAER ON subia 2,15 por cento, figurando entre os melhores desempenhos do Ibovespa, com expectativa por novidades sobre o acordo com a Boeing. Na véspera, a Reuters informou que a empresa norte-americana trabalha para superar as objeções de militares brasileiros a uma aliança com a Embraer, com alternativas para preservar os direitos de veto do governo a decisões estratégicas e salvaguardas para seus programas de defesa.
- FIBRIA ganhava 2,19 por cento, SUZANO ON ganhava 2,14 por cento e KLABIN UNIT subia 1,49 por cento, também operando entre os maiores ganhos do Ibovespa, após a Fibria anunciar reajuste nos preços da celulose e com visão positiva de analistas para o setor. Nesta sessão, o noticiário das empresas envolvia ainda a aprovação do Cade da compra da Facepa Fábrica de Papel da Amazônia pela Suzano.
- VALE ON avançava 0,72 por cento, em sessão de avanço nos contratos do minério de ferro na China.
- USIMINAS PNA tinha valorização de 0,73 por cento, em linha com os contratos futuros do minério e do aço na China e ainda amparada pela conclusão do pagamento de 400 milhões de dólares em bônus emitidos em 2008. Segundo analistas da Guide Investimentos, embora já esperado pelo mercado, o pagamento "é mais uma medida fundamental no processo de revitalização da companhia".
- PETROBRAS PN cedia 0,88 por cento e PETROBRAS ON recuava 0,72 por cento, acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional.