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Ibovespa renova máxima histórica e fica acima de 89 mil pontos pela 1ª vez

Índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 1,33%, a 89.598,16 pontos

Ibovespa: noticiário corporativo impulsionou a quarta alta seguida na bolsa paulista (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: noticiário corporativo impulsionou a quarta alta seguida na bolsa paulista (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 18h11.

Última atualização em 5 de novembro de 2018 às 18h43.

São Paulo - O Ibovespa voltou a renovar máximas recordes nesta segunda-feira, 5, fechando acima dos 89 mil pontos pela primeira vez, com bancos e Petrobras entre os principais suportes, conforme agentes financeiros continuam apostando em uma agenda positiva no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro.

O noticiário corporativo corroborou a quarta alta seguida na bolsa paulista, com Gerdau e Cosan entre os destaques, além de expectativas para a safra de balanços, assim como Wall Street, onde o S&P 500 e o Dow Jones avançavam antes das eleições parlamentares nos EUA na terça-feira

.Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,33 por cento, a 89.598,16 pontos, encerrando na máxima do dia e da sua história. O volume financeiro do pregão somou 14,7 bilhões de reais.

 

Bernd Berg, estrategista global de macro e moedas na Woodman Asset Management, disse que continua bastante otimista sobre a perspectiva para os ativos brasileiros. "Bolsonaro está fazendo progresso formando uma equipe bem conceituada. Eu espero que reformas significativas sejam implementadas já no próximo ano", afirmou, acrescentando que vê potencial de o Ibovespa subir a 100 mil pontos até o fim do ano e alcançar 130 mil pontos até meados de 2019. "Uma recuperação econômica e um aumento na confiança dos investidores vai desencadear novos fluxos para os portfólios".

Apesar da forte saída de estrangeiros do segmento Bovespa em outubro, de 6,2 bilhões de reais, dados disponibilizados nesta segunda-feira pela B3 mostraram entradas líquidas nos últimos dois pregões do mês passado, de 307 milhões de reais no dia 30 e de 532,25 milhões de reais no dia 31. Juliano Ferreira, macroestrategista na BGC Liquidez DTVM, afirmou em nota a clientes que o cenário prospectivo para a reforma da Previdência - uma das principais questões no radar dos investidores - é positivo, mas não é simples, citando que há obstáculos a serem superados.

A corretora Spinelli espera novos anúncios da equipe de Bolsonaro para a semana, bem como detalhamento de seu plano econômico. "Bons nomes e boas intenções podem continuar mantendo positiva a perspectiva na bolsa", afirmou a equipe da corretora em relatório distribuído a clientes.

A equipe de transição de Bolsonaro começa a trabalhar nesta semana com os técnicos do atual governo de Michel Temer. O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi nomeado ministro extraordinário por Temer para coordenar a equipe.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Dow Jones subiam no final do pregão, com o avanço do petróleo Brent dando suporte a ações de energia, antes da eleição parlamentar norte-americana, enquanto o Nasdaq cedia, afetado pelo recuo das ações da Apple.

A partir desta sessão, o horário de negociação no segmento Bovespa está alterado em razão do começo do horário de verão no Brasil e término do horário de verão nos EUA, com o 'call de fechamento' do pregão brasileiro ocorrendo das 17h55 às 18h, segundo informações da B3.

Destaques

- PETROBRAS PN subiu 3,07 por cento e PETROBRAS ON avançou 2,96 por cento, ajudadas pela alta do petróleo no exterior, antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre, prevista para o começo da terça-feira. Analistas do Credit Suisse esperam Ebitda de 33 bilhões de reais e lucro líquido de 10,15 bilhões de reais. Os papéis da petrolífera de controle estatal também seguem influenciados pelas expectativas positivas para o governo de Jair Bolsonaro.

- BRADESCO PN valorizou-se 2,15 por cento, ainda reagindo ao resultado forte do terceiro divulgado na semana anterior. ITAÚ UNIBANCO PN subiu 1,08 por cento, tendo no radar que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) tirou da pauta o julgamento marcado para a próxima quarta-feira envolvendo um caso bilionário do banco, após uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). BANCO DO BRASIL encerrou com variação positiva de 0,07 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 0,38 por cento.

- COSAN disparou 11,45 por cento, após cancelar a operação de incorporação da Cosan Logística, citando "preocupações demonstradas" por acionistas e investidores. Desde o anúncio sobre estudos para tal transação, em 24 de outubro, até o pregão da última quinta-feira, as ações do grupo tinham recuado mais de 13 por cento.

- CEMIG PN valorizou-se 4,64 por cento, em meio a expectativas relacionadas à privatização da elétrica mineira, após eleição de Romeu Zema para o governo de Minas Gerais. Em entrevista à Radio CBN, ele disse que fará de tudo para que a companhia seja privatizada. A Cemig também concluiu a venda dos ativos de telecomunicações, arrecadando um total de 654,5 milhões de reais. Ainda, a Moody's elevou o rating da Cemig para 'B1', com perspectiva estável.

- KROTON subiu 6,6 por cento, capitaneando os ganhos do setor de educação na bolsa paulista. De acordo com o chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, o avanço refletiu zeragem de elevadas posições vendidas (short) no papel e especulações de que a empresa teria margem para crescer na educação básica, que está no foco do novo governo, segundo discursos recentes de Bolsonaro.

- GERDAU PN avançou 3,17 por cento, também entre as maiores altas, após concluir nesta segunda-feira a venda de quatro usinas de vergalhões e de unidades de corte e dobra de aço nos Estados Unidos para a Commercial Metals Company, incluindo um adicional de 100 milhões de dólares no valor total da operação, anunciada no começo do ano por 600 milhões de dólares. O BTG Pactual recomendou comprar papéis da siderúrgica no atual patamar de preço.

- MAGAZINE LUIZA fechou em alta de 1,78 por cento, tendo acelerado os ganhos no meio da tarde, antes da divulgação do resultado, ainda nesta segunda-feira. Durante o call de fechamento, a B3 disse que estava verificando a solicitação de erro operacional nos papéis.

- ULTRAPAR caiu 2,92 por cento, em meio a expectativas de resultado trimestral novamente afetado pelo desempenho da divisão Ipiranga.

- IGUATEMI fechou em baixa de 1,73 por cento, liderando as perdas entre as companhias de shopping centers listadas no Ibovespa, com MULTIPLAN recuando 1,38 por cento e BR MALLS cedendo 1,67 por cento.

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