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Ibovespa reduz ganhos após governo piorar meta fiscal em 2018

O dado negativo somou-se às preocupações quanto ao avanço da reforma da Previdência no Congresso, após o governo admitir na véspera alterar a proposta

B3: como ponto positivo, no entanto, a inflação oficial do país desacelerou a 4,57% em 12 meses até março (Facebook/B3/Reprodução)

B3: como ponto positivo, no entanto, a inflação oficial do país desacelerou a 4,57% em 12 meses até março (Facebook/B3/Reprodução)

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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2017 às 18h37.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta sexta-feira, mas longe das máximas da sessão, após o governo federal elevar a previsão de rombo fiscal para 2018.

O Ibovespa fechou em alta de 0,58 por cento, a 64.593 pontos. Na semana, o índice acumulou perda de 0,6 por cento. O giro financeiro somou 6,8 bilhões de reais.

Após uma abertura negativa, o índice engatou uma trajetória de alta e chegou a subir 1,52 por cento na máxima da sessão, com investidores encontrando oportunidades de compra após a queda acumulada superior a 2 por cento nos dois pregões anteriores.

No entanto, o movimento de alta perdeu força conforme o governo anunciava a meta fiscal para o próximo ano, definindo um déficit de 129 bilhões de reais para o governo central, muito acima do rombo de 79 bilhões de reais da previsão anterior.

O dado negativo somou-se às preocupações quanto ao avanço da reforma da Previdência no Congresso, após o governo admitir na véspera alterar a proposta em pelo menos cinco pontos sensíveis, o que pode reduzir a economia com a reforma entre 15 e 20 por cento ao longo de 10 anos.

Como ponto positivo, no entanto, a inflação oficial do país desacelerou a 4,57 por cento em 12 meses até março, muito perto do centro da meta deste ano, de 4,5 por cento, o que corrobora o quadro de expectativa para corte da taxa básica de juros na próxima semana em um ponto percentual, segundo pesquisa Reuters.

O exterior também inspirou cautela após o ataque dos Estados Unidos a uma base aérea síria de onde autoridades norte-americanas afirmam foi lançado um ataque com armas químicas nesta semana.

Foi o primeiro ataque direto dos EUA contra o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, em seis anos de guerra civil.

Já dados do mercado de trabalho norte-americano divulgados mais cedo deram respaldo à expectativa de que o Federal Reserve não deve acelerar o ritmo de alta de juros nos EUA.

O país criou 98 mil vagas fora do setor agrícola em março, o menor número desde maio do ano passado. Economistas consultados pela Reuters projetavam a criação de 180 mil vagas.

Destaques

- PETROBRAS PN subiu 1,17 por cento e PETROBRAS ON avançou 0,59 por cento, em dia de alta nos preços do petróleo no mercado internacional depois do ataque norte-americano contra uma base militar da Síria.

- JBS ON avançou 4,21 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, recuperando-se após cair nos nove pregões anteriores, acumulando perda de 13,2 por cento no período, na esteira da operação Carne Fraca da Polícia Federal.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 0,77 por cento, devolvendo as perdas da véspera e ajudando a manter o Ibovespa no azul devido ao peso das ações na composição do índice. No melhor momento do dia a ação subiu quase 2 por cento. BRADESCO PN teve alta de 0,22 por cento, após subir 1,64 por cento no melhor momento do dia.

- ELETROBRAS ON caiu 1,31 por cento, após a Justiça suspender a licença de operação da hidrelétrica de Belo Monte, da qual a estatal é uma das sócias, com participação de quase 50 por cento no projeto.

- SER EDUCACIONAL ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 3,13 por cento. No radar estavam os dados divulgados pela empresa nesta manhã mostrando aumento de 15,3 por cento na captação de alunos de graduação no primeiro trimestre e de 23,9 por cento no segmento de pós-graduação.

- BR PHARMA ON, que também não figura no Ibovespa, disparou 23,43 por cento, após o BTG Pactual Participações vender o controle na empresa de varejo farmacêutico para a Lyondel.

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