Ibovespa: índice da bolsa recuava com dúvidas sobre a aprovação da reforma da Previdência (Germano Luders/Site Exame)
Reuters
Publicado em 4 de maio de 2017 às 11h45.
São Paulo - O principal índice da Bovespa recuava no começo dos negócios desta quinta-feira, pressionado pelas perdas de commodities no mercado internacional e com a percepção de que o governo deve enfrentar dificuldades para aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados.
Às 11:14, o Ibovespa caía 0,92 por cento, a 65.488 pontos. O giro financeiro era de 1,975 bilhão de reais.
Na noite passada, a comissão especial da reforma da Previdência da Câmara aprovou o texto-base, com voto favorável de 23 dos 37 integrantes, placar que não indica uma vitória com folga mais à frente na votação em plenário, onde são necessários 308 votos favoráveis em dois turnos de votação.
"A votação (em plenário) não está marcada, mas novas concessões deverão ser feitas para que se consiga o mínimo de votos", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos, acrescentando que essa apreensão pode pesar sobre o ânimo dos investidores nos próximos pregões.
- Petrobras PN caía 1,62 por cento e Petrobras ON perdia 1,25 por cento, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, que recuavam após dados mostrarem uma queda menor que a esperada nos estoques da commodity nos Estados Unidos.
- Vale PNA cedia 3,07 por cento, enquanto Vale ON tinha desvalorização de 3,57 por cento, ampliando as perdas da véspera em mais um dia de quedas para os contratos futuros do minério de ferro na China, que fecharam com a maior perda diária desde meados de novembro.
- Gerdau PN perdia 1,78 por cento, tendo como pano de fundo o balanço trimestral e o recuo de commodities metálicas na China. A empresa teve prejuízo líquido ajustado de 34 milhões de reais no primeiro trimestre. Analistas do Credit Suisse consideraram os resultados em geral dentro do esperado, mas destacaram o fluxo de caixa negativo em 256 milhões de reais no primeiro trimestre, a relação de endividamento em um nível "desconfortável" de 3,5 vezes, e operações norte-americanas mostrando novo conjunto de números fracos.
- Suzano PNA subia 0,15 por cento. No radar estava o resultado do primeiro trimestre da empresa, que mostrou queda de 60 por cento no lucro líquido sobre o mesmo período do ano passado, para 450 milhões de reais. Para analistas do Santander, os dados vieram ligeiramente acima do esperado. No entanto, eles citam entre os destaques negativos a queda do Ebitda na divisão de papel na base trimestral devido ao volume menor de vendas e aos custos maiores.
- Ambev ON avançava 2,42 por cento, liderando as altas do Ibovespa. A empresa divulgou queda de 20,1 por cento no lucro líquido ajustado, mas analistas do Credit Suisse ponderam que pode ser o primeiro trimestre de melhora sequencial em tendências de participação de mercado e que as pressões de custos devem diminuir gradualmente, assim como veem chance de recuperação em margens.
- CVC Brasil ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 0,22 por cento, revertendo os ganhos observados mais cedo, quando subiu quase 1,5 por cento na máxima. A companhia anunciou acordo para adquirir a maior parte das operações do grupo de turismo Trend por até 258,8 milhões de reais. Para analistas do BTG Pactual, a Trend fortalece o já diversificado modelo de negócios da CVC e deve ajudá-la a "cimentar sua liderança no setor de turismo".
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