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Ibovespa fecha próximo da estabilidade; AES Tietê despenca mais de 8%

Temores sobre tensão diplomática entre China e Estados Unidos pressiona bolsas globais, mas perde força ao longo do dia

The commercial dollar was trading higher and the Bovespa was falling on Thursday (23). At around 1:25 a.m., the US currency appreciated 1.13%, to R $ 3,131 in the sale. At the same time, the Ibovespa, the main index of the Brazilian Stock Exchange, fell 0.16%, to 63,421.23 points. The political landscape and the unfolding of the Carne Locha operation remained on investors' radar, which should still echo the approval of the outsourcing project in the Chamber of Deputies and the announcement of a nearly $ 60 billion in budget this year. (Photo by Cris Faga/NurPhoto via Getty Images) (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

The commercial dollar was trading higher and the Bovespa was falling on Thursday (23). At around 1:25 a.m., the US currency appreciated 1.13%, to R $ 3,131 in the sale. At the same time, the Ibovespa, the main index of the Brazilian Stock Exchange, fell 0.16%, to 63,421.23 points. The political landscape and the unfolding of the Carne Locha operation remained on investors' radar, which should still echo the approval of the outsourcing project in the Chamber of Deputies and the announcement of a nearly $ 60 billion in budget this year. (Photo by Cris Faga/NurPhoto via Getty Images) (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 24 de julho de 2020 às 17h47.

Depois de abrir em queda com os temores sobre até onde vai a briga diplomática entre China e Estados Unidos, a bolsa brasileira fechou próximo da estabilidade. O Ibovespa, principal índice de ações fechou em alta de 0,09%, em 102.381,58 pontos.

Embora tenha fechado no campo positivo, nos primeiros negócios do dia, o clima era de tensão, tendo como pano de fundo a queda de 3,86% da bolsa de Xangai, após a China mandar fechar o consulado americano de Chengdu, como retaliação ao fechamento de seu consulado em Houston.

Entre os investidores, há o temor de que a briga diplomática tenha impacto negativo na economia global, com possíveis sanções comerciais de ambos os lados e ameaças ao acordo comercial selado no início do ano. “O mercado está meio em dúvida sobre como isso vai evoluir daqui para frente”, comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Para adicionar pimenta ao caldo, ontem, em entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente Donald Trump afirmou que o acordo com a China, agora, significa “muito menos” do que antes da pandemia, voltando a acusar o país asiático de ter disseminado o coronavírus no mundo de forma deliberada.

Mas após a pressão inicial, o Ibovespa ganhou força, chegando a ficar em alta por alguns momentos. “O pessoal parou para se perguntar ‘qual é a surpresa com a retaliação da china?’”, comentou Jeffeson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Lattus. Segundo Laatus, o embate com a China tem sido instigado por Trump por questões eleitorais, o que tem tirado sua “credibilidade”.

Para Lima o embate entre as duas potencias deve se manter até as eleições presidenciais dos EUA. “O Trump deve seguir tentando conversar mais com seu eleitorado, até porque as pesquisas apontam um certo favorecimento para o lado do partido Democrata”, disse.

No radar dos investidores também estiveram os índices de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês), que vieram além do esperado. Na Europa, todos os principais PMIs ficaram acima da linha dos 50 pontos, que delimita a expansão da contração da atividade econômica. Por lá, o destaque ficou para os dados do Reino Unido, que além de ter ficado com o PMI composto de julho em 57,1 pontos (acima dos 51,1 pontos projetados pelo mercado e dos 47,1 pontos de junho), ainda surpreendeu com as vendas do varejo, que aumentaram 13,9% em relação ao mês anterior, ante a expectativa de 8% de alta.

Na bolsa, as ações da AES Tietê caíram 8,65%, após o Valor noticiar que o BNDES deve recusar a proposta da Eneva, tida como positiva pelos investidores. A fusão da Tietê e Eneva poderia criar uma gigante do mercado de energia. Mas dúvidas sobre essa fusão afastam os investidores dos papéis", afirmou Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

Em meio ao cenário negativo que predominou pela maior parte do dia no exterior, alguns investidores aproveitaram para realizar lucros, vendendo ações que vinham de forte valorização, como as da Cogna, que encerram em queda de 4,8%. No mês, o ativo ainda acumula alta de mais de 20%. As varejistas Via Varejo e Magazine Luiza também chegaram a ter quedas expressivas, mas fecharam com pequenas perdas, de 1,31% e 0,91%, respectivamente.

No extremo positivo do Ibovespa, ficaram as ações do IRB, que, pelo contrário, acumulavam as maiores perdas do mês e do ano, entre os componentes do índice. Nesta sexta, os papéis da companhia subira 6,88%. Os papéis também repercutiram decisão da justiça que que afastou a necessidade de garantia de 1 bilhão de reais. Entre os ativos do Índice Small Caps, o destaque ficou com as ações da Positivo, que avançaram 6,68%, depois de a empresa ter ganhando a licitação para compra de urnas eletrônicas.

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