Mercados

Ibovespa recua com tensão comercial entre China e EUA e atenta a Lula

O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,46 por cento, a 84.820 pontos. Na mínima de sessão, o índice recuou 1,62 por cento

Ibovespa: volume financeiro somou 9,66 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: volume financeiro somou 9,66 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 6 de abril de 2018 às 17h14.

Última atualização em 6 de abril de 2018 às 17h57.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta sexta-feira, pressionado pelo clima negativo no exterior, em meio à escalada na tensão comercial entre Estados Unidos e China, com a cena política doméstica também em foco, após ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,46 por cento, a 84.820 pontos. Na mínima de sessão, o índice recuou 1,62 por cento. O volume financeiro somou 9,66 bilhões de reais.

Na semana, o índice recuou 0,64 por cento.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira que instruiu autoridades comerciais do país a avaliarem 100 bilhões de dólares em tarifas adicionais sobre a China "diante da retaliação injusta da China" contra sobretaxas impostas anteriormente pelos EUA.

Em resposta nesta sexta-feira, a China alertou que está totalmente preparada para responder em um "contra-ataque feroz" com novas medidas comerciais caso os EUA sigam com a ameaça de Trump.

A equipe da Verde Asset Management vê alguns riscos para o crescimento global desse novo "arranjo geoestratégico" EUA contra China, mas em princípio ainda dentro de uma trajetória construtiva para o mundo, de acordo com relatório de gestão sobre o desempenho de março.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 2,19 por cento, tendo ainda no radar comentários do chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, de que o Federal Reserve provavelmente precisará continuar elevando a taxa de juros para manter a inflação sob controle.

No Brasil, a sessão foi marcada pela expectativa em torno da prisão do ex-presidente Lula, que decidiu não se entregar às autoridades em Curitiba, como determinou o juiz Sérgio Moro no caso sobre o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Moro deu prazo até 17h desta sexta-feira para Lula se apresentar.

O ex-presidente estava cercado por aliados e simpatizantes em seu berço político em São Bernardo do Campo. No final da tarde, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de habeas corpus da defesa de Lula.

Destaques

- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB desabaram 9,17 e 8,17 por cento, pressionadas por incertezas quanto a mudanças no Ministério de Minas e Energia após a saída do titular da pasta, Fernando Coelho, para disputar eleições, e do secretário-executivo, Paulo Pedrosa, conforme publicado pela Reuters. A sucessão de cargos no ministério é vista como chave em um momento em que se discute a privatização da elétrica estatal.

- AMBEV ON cedeu 3,25 por cento, com expectativas pouco otimistas para o resultado dos primeiros três meses do ano. O Itaú BBA cortou previsão para o Ebitda do primeiro trimestre em 13 por cento, citando previsões de temperaturas mais frias e com chuvas bem como preços do alumínio.

- RD ON perdeu 3 por cento, entre as maiores quedas, com relatório do Credit Suisse cortando estimativas de lucros e reduzindo a recomendação das ações para 'underperform' ante 'outperform' e o preço-alvo para 68 reais ante 80 reais anteriormente. "Pausa para respirar", foi o título do relatório dos analistas liderados por Tobias Stingelin, que ainda veem fundamentos sólidos para a empresa.

- RUMO ON avançou 3,9 por cento, na ponta positiva, segunda alta forte seguida. Na véspera, o Credit Suisse elevou o preço-alvo dos papéis para 16 reais, ante 15,50 reais, mantendo a recomendação 'outperform', citando entre outros fatores que esperam forte resultado no primeiro semestre e veem a operadora ferroviária bem posicionada para a negociação em andamento de contratos.

- GOL PN, que não está no Ibovespa, disparou 13,82 por cento, fechando na máxima desde fevereiro de 2011, a 23,89 reais, após divulgar estimativas para o primeiro trimestre, consideradas positivas por analistas. O movimento foi endossado pela alta dos preços-alvo dos ADRs (recibo de ação negociado nos EUA) da Gol por Morgan Stanley e BofA Merrill Lynch, sendo que este último ainda elevou recomendação dos papéis para 'compra'.

- ELETROPAULO ON, que também não está no Ibovespa, saltou 12,71 por cento, após a companhia de energia elétrica Energisa anunciar no final da quinta-feira oferta para comprar a Eletropaulo, com preço por ação de 19,38 reais. ENERGISA UNITrecuou 1,47 por cento.

 

Acompanhe tudo sobre:B3IbovespaLuiz Inácio Lula da SilvaPrisões

Mais de Mercados

Tecnisa faz acordo com Cyrela para venda de sete terrenos em SP por RS 450 milhões

Carro autônomo da Tesla se 'autoentrega' da fábrica até a casa do cliente pela primeira vez

Marfrig investe R$ 548 milhões em novo complexo industrial e triplica capacidade de abate

Dólar fecha em queda em meio a ruídos sobre tarifas no exterior