A bolsa brasileira fechou em queda nesta terça-feira, 4, puxada por resultados corporativos e com a análise, pelo Senado, do projeto de lei que define um teto sobre os juros que os bancos podem cobrar. O Ibovespa, principal índice de ações da B3, caiu 1,57% e encerrou em 101.215,87 pontos.

"Essa pauta do Senado cai como uma bomba no mercado. É uma notícia péssima que vai contra a economia liberal", afirmou Eduardo Cavalheiro, gestor da Rio Verde Investimentos.

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 subiu 0,36% e o Nasdaq , 0,35%. Um dos fatores que contribuíram com o clima mais ameno no mercado americano foi aproximação de um acordo sobre o estímulo econômico que vem sendo discutido há mais de uma semana.

Em dia de agenda econômica esvaziada, as atenções se voltaram para a produção industrial brasileira de junho, que cresceu 8,9% em relação ao mês anterior e superou o consenso de mercado de 7,9%. Na comparação anual, a queda foi de 9%.

“O resultado mostra que a recuperação já começou de forma relevante ainda no segundo trimestre, com alta de 18% desde maio”, afirmou Arthur Mota, economista da Exame Research.

Mas nem mesmo o resultado positivo da indústria brasileira foi suficiente para impedir a queda do Ibovespa.

Com grande participação no índice, as ações dos grandes bancos recuaram na esteira do resultado do Itaú e com a discussão sobre o PL do teto de juros. Na lanterna do Ibovespa, as ações do Itaú caíram 5,83%, após o banco registrar queda do lucro de 40%. As ações do Bradesco, Banco do Brasil e Santander se desvalorizaram 3%, 3,06% e 2,8%, respectivamente.

“A qualidade do resultado do Itaú não foi boa. Tesouraria mais fraca que os pares, receita de prestação de serviço bem pior e margem financeira com clientes em queda – o que é uma tendência preocupante dado que a carteira de crédito ficou estável”, avalia Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Em dia majoritariamente negativo, por alguns momentos, todas as ações que compõem o Ibovespa chegaram a ser negociadas em queda. Além do setor bancário, os papéis da Congna, que vem de realização de lucros desde a última sexta-feira, registram forte desvalorização, recuando 5,73%.