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Ibovespa sobe com Petrobras após fala de Bolsonaro e vai a 114 mil pontos

Presidente disse que estatal é "praticamente independente" e que não poderia trocar diretoria da empresa

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de março de 2022 às 10h36.

Última atualização em 18 de março de 2022 às 12h50.

Ibovespa hoje: após abrir em leve queda, acompanhando a fraqueza dos mercados internacionais, a bolsa brasileira entrou em terreno positivo ainda nos primeiros negócios desta sexta-feira, 18. O movimento foi puxado pelas ações da Petrobras (PETR3, PETR4), com a segunda maior participação no Ibovespa.

Às 12h15
Ibovespa: + 0,86%, 114.069 pontos
S&P 500 (EUA): + 0,16%

Os papéis da companhia sobem cerca de 2%, com investidores reagindo às declarações do presidente Jair Bolsonaro, que aliviou as preocupações sobre a interferência do governo na estatal. Em live publicada na noite de quinta-feira, 17, em sua página no Facebook, Bolsonaro disse que não poderia trocar a diretoria da Petrobras. "A Petrobras é praticamente independente", afirmou.

Petrobras (PETR4): + 1,80%
PetroRio (PRIO3): + 0,88%
3R (RRRP3): + 4,11%

Preocupações sobre uma possível troca na presidência da Petrobras vinham penalizando as ações da companhia, enquanto petrolíferas privadas saltavam com a alta do petróleo no mercado internacional. Nesta sexta, a commodity opera próxima da estabilidade, a 106 dólares por barril, após ter disparado na véspera, com a negativa de avanços nas negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.

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Além dos preços de commodities, investidores brasileiros seguem atentos aos últimos resultados do quarto trimestre. As Lojas Renner, que entregou lucro líquido abaixo das expectativas, figuram entre as maiores perdas do pregão, recuando mais de 4%. A perspectiva, segundo analistas do BTG, ainda é negativa para o curto prazo da empresa.

"Temos visto um ponto de inflexão nas vendas, mas seguem abaixo dos níveis esperados para a reabertura. As margens não vão voltar aos níveis de 2019, pelo menos, até 2023", disse Luiz Temporini, analista do BTG Pactual, no programa Abertura de Mercado desta sexta-feira, 18 de março. O momento macroeconômico, de taxas de juros e inflação altas e baixo crescimento deve seguir penalizando as operações da companhia.

"A Renner tem exposição à média e baixa renda. O resultado da operação principal ainda deve sofrer no curto prazo."

Lojas Renner (LREN3):  - 1,44%

Outro destaque negativo são as ações da B3. A empresa, responsável pelas operações da bolsa brasileira, registrou lucro líquido recorrente de 1,23 bilhão de reais no quarto trimestre, 60 milhões de reais abaixo do consenso da Bloomberg. O Ebitda recorrente, que ficou em 1,654 bilhão de reais, decepcionou em quase 120 milhões de reais.

B3 (B3SA3): - 2,01%

No radar de economistas ainda está a queda da taxa de desemprego do Brasil, que ficou em 11,2% para o trimestre findo janeiro. O número representa uma queda de 1 ponto percentual frente à taxa e 12,2% do trimestre anterior.  A expectativa do mercado era de que de 11,4% de desemprego.

Apesar do recuo do desemprego, André Perfeito, economista-chefe da Necton, destaca a renda média real, que caiu 9,7% frente ao mesmo período do ano passado. "Os dados sugerem uma atividade ainda frágil ao longo deste ano. A inflação está cobrando um preço alto: apesar de recuperação nos dados de emprego isso não se transforma em renda o que dificulta que a máquina econômica ganhe tração", disse em nota.

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