Mercados

Ibovespa recua com cautela por cenário político

"O momento agora é de dúvida sobre se as 'pautas-bomba' vão à votação ou não", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro


	Bolsa: do exterior, a China voltou a trazer desconforto após alguma trégua recente, com a bolsa de Xangai despencando 6,12 por cento, na maior queda diária desde 27 de julho
 (thinkstock)

Bolsa: do exterior, a China voltou a trazer desconforto após alguma trégua recente, com a bolsa de Xangai despencando 6,12 por cento, na maior queda diária desde 27 de julho (thinkstock)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2015 às 12h54.

Ibovespa cai 1% - A Bovespa caminhava para a sexta queda consecutiva nesta terça-feira, com o seu principal índice no patamar dos 46 mil pontos, em meio à atitude mais defensiva dos agentes financeiros à espera de definição da pauta política local nos próximos dias.

Às 11h31, horário de Brasília, o Ibovespa caía 1,07 por cento, a 46.712 pontos.

O volume financeiro estava em 971,6 milhões de reais.

Líderes da Câmara dos Deputados reúnem-se nesta tarde para discutir a agenda de votação à frente, enquanto o Senado deve começar a analisar projeto que reverte parte da desoneração da folha de pagamento.

Também está previsto o início de discussão em comissão mista do Congresso Nacional de relatório da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) sobre a elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15 para até 23 por cento.

"O momento agora é de dúvida sobre se as 'pautas-bomba' vão à votação ou não", disse o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado.

Do exterior, a China voltou a trazer desconforto após alguma trégua recente, com a bolsa de Xangai despencando 6,12 por cento, na maior queda diária desde 27 de julho.

De acordo com o analista Marco Aurelio Barbosa, da CM Capital Markets, o movimento aconteceu "na esteira do que parece ser um ataque especulativo, testando os limites de 'baixas', teoricamente criados pelo governo", conforme nota a clientes.

Destaques

CSN caía 3,3 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, em meio a novos dados considerados fracos sobre a indústria de aço e com relatório do Goldman Sachs cortando o preço-alvo de 2,7 para 2,4 reais, enquanto reiterou a recomendação de venda.

"Os resultados da CSN mais fracos do que o esperado no segundo trimestre reforçam a nossa visão baixista sobre a ação, uma vez que a geração de fluxo de caixa livre deve continuar a se deteriorar, aumentando a alavancagem a níveis que consideramos insustentáveis", disse em nota a clientes.

Usiminas perdia 4,3 por cento, após o Sindisider, órgão que representa o setor siderúrgico, divulgar queda de quase 30 por cento nas vendas de aços planos por distribuidores em julho na base anual. O Credit Suisse disse em nota que os dados endossam a percepção dos analistas da casa de que a demanda não atingiu seu piso. "Não vimos qualquer sinal claro de recuperação ainda." GERDAU cedia 1 por cento.

Itaú Unibanco e Bradesco recuavam 1,5 e 1,4 por cento, respectivamente, com mercado no aguardo de desdobramentos da proposta da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) de elevar a CSLL das instituições financeiras para 23 por cento, que foi incluída no parecer sobre a Medida Provisória 675, que trata sobre o assunto, prevista para se analisada nesta tarde.

Santander Brasil perdia 1 por cento.

Banco do Brasil cedia apenas 0,63 por cento, com analistas avaliando como um pouco positiva a divulgação da instituição de que seu plano de aposentadoria incentivada lançado em junho teve 4.992 adesões. "Consideramos isso como ligeiramente positivo para o Banco do Brasil, uma vez que é um sinal de que o banco continua a buscar melhora da eficiência", disseram analistas do Itaú BBA em nota a clientes.

Vale cedia 2 por cento, na esteira do noticiário menos favorável da China e com números pouco animadores de indústria de aço corroborando a cautela em relação à companhia.

Petrobras recuava quase 3 por cento, tendo como pano de fundo a falta de rumo único para os contratos de petróleo no exterior, enquanto o noticiário da empresa incluía notícia de que a estatal pode ter que pagar multa de 1,6 bilhão de dólares para encerrar investigações nos Estados Unidos sobre escândalo de corrupção, conforme disse à Reuters fonte próxima aos advogados da companhia.

Em outro front, o Conselho da Petrobras aprovou venda de 25 por cento da BR Distribuidora.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasBancosEstatais brasileirasEmpresas estataisPetrobrasCapitalização da PetrobrasPetróleoGás e combustíveisIndústria do petróleoBradescoIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Governo do Canadá intervém para deter greve da Air Canada

Após lucro fraco, Air Canada enfrenta greve que paralisa 200 voos diários para os EUA

O que EUA e Argentina têm em comum? Investidores veem 'paralelos preocupantes'

Do Drex à inteligência artificial 'explicável': As 5 inovações que vão mudar o mercado financeiro