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Bolsa cai abaixo dos 98 mil pontos após tweets de Trump

Às 15:20, o Ibovespa caía 2,19%, a 97.820 pontos

Bolsa: Ibovespa reage a tensão comercial entre China e EUA (Carlos Barria/Reuters)

Bolsa: Ibovespa reage a tensão comercial entre China e EUA (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 10h39.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 15h31.

São Paulo — A bolsa paulista opera com fortes perdas nesta sexta-feira, chegando a cair quase 3%, em meio uma nova escalada nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e China, após Pequim anunciar tarifas retaliatórias, e com o mercado reagindo à fala do chairman do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em Jackson Hole.

Às 15:20, o Ibovespa caía 2,19%, a 97.820 pontos. Na mínima do dia, a bolsa atingiu o nível mais baixo desde junho.

Após o discurso de Powell, em Jackson Hole, não ter indicado novos cortes de juros nos Estados Unidos, o presidente americano, Donald Trump usou o twitter para voltar a criticar o presidente do Fed. Trump chegou a perguntar "quem é o nosso maior inimigo: Jay Powell ou Chairman XI?", em referência ao presidente da China, Xi Jinping.

Trump disse que as empresas americanas deveriam "imediatamente começar a procurar uma alternativa à China", após autoridades de Pequim anunciarem tarifas retaliatórias sobre produtos norte-americanos.

O tom hostil de Trump também mexeu com o dólar, que subiu a 4,13 reais durante a tarde.

Para o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, o forte abalo do câmbio e da bolsa brasileira hoje pode ser creditado, além da tensão no exterior, ao atraso na apreciação da reforma da Previdência no Senado.

O cronograma foi adiado desta sexta-feira para a próxima semana. "Se atrasa a reforma, a bolsa cai e o dólar sobe. Se além disso, o Trump briga mais com a China, a bolsa cai mais e o dólar sobe mais", afirmou Spyer.

Os três principais índices acionários de Wall Street caíam mais de 1% nesta tarde. Os índices acionários europeus  também operavam com perdas.

Destaques do dia

- PETROBRAS PN caía 1,35%, na esteira do recuo dos preços do petróleo no mercado externo, com PETROBRAS ON cedendo 1,74%.

- BANCO DO BRASIL recuava 2,66%, maior declínio entre os bancos, tendo de pano de fundo operação da Polícia Federal envolvendo o BTG Pactual, que não está no Ibovespa e via suas units recuarem 8,59%.

- MRV perdia 4,17%, após duas sessões de alta, em que acumulou valorização de 7,8% O índice do setor imobiliário caía 2,13%.

- VALE cedia 0,43%, mesmo com os preços futuros do minério de ferro na China valorizando-se no dia, conforme acumulou a quinta semana seguida de perdas.

- SULÁMERICA UNIT subia 7,14%, após vender sua operação de automóveis e ramos elementares para o Grupo Allianz por 3 bilhões de reais.

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