Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de junho de 2021 às 10h34.
Última atualização em 16 de junho de 2021 às 17h03.
O Ibovespa recua nesta quarta-feira, 16, com investidores repercutindo a decisão de política monetária nos Estados Unidos, que derrubou a bolsa americana. Às 16h, o principal índice da B3 caía 0,77%, aos 129.082 pontos, acompanhando o tom negativo das principais bolsas internacionais.
No mercado americano, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25% e compras de ativos em 120 bilhões de dólares mensais, mas elevou a expectativa de inflação de 2,2% para 3% este ano.
"O progresso na vacinação reduziu a disseminação da Covid-19 nos Estados Unidos", disse o comunicado. O texto traz uma mudança substancial em relação ao discurso anterior da instituição, que condicionou a política monetária ao combate à pandemia ao longo dos últimos 14 meses.
Além disso, as novas projeções apontam para uma maioria das 11 autoridades do banco central programam um aumento de pelo menos dois quartos de ponto percentual nas taxas de juros para 2023, mesmo com as autoridades, em comunicado, prometendo manter a política de apoio por enquanto para encorajar uma recuperação contínua dos empregos.
Diante da nova perspectiva de alta nos juros, os três principais índices americanos operam em queda. O Dow Jones recua 0,78%, enquanto o S&P 500 cai 0,64%. O índice de tecnologia Nasdaq registra baixa de 0,68%.
Por aqui, as expectativas são de mais uma elevação da taxa de juros Selic -- a divulgação da política monetária nacional será divulgada após o fechamento de mercado. A maior parte dos investidores acredita em uma alta de 0,75 ponto percentual (p.p.), como sinalizado na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Mas, crescem as pressões para um aumento de 1 p.p., ainda que esta seja uma perspectiva minoritária do mercado.
Por outro lado, vem se consolidando a expectativa de que o Banco Central retire do comunicado o compromisso com um ajuste apenas "parcial" da taxa de juros, para amenizar as estimativas de inflação para 2022. Segundo economistas, com a retirada do termo, o caminho ficaria livre para uma alta de juros mais pujante na velocidade ou magnitude.
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Com perspectivas de um aperto monetário mais duro, o dólar recuou frente ao real em boa parte do dia. Na mínima, a moeda americana voltou a ser negociada abaixo dos 5 reais pela primeira vez em mais de um ano, e chegou a 4,994 reais. Porém, após o comunicado do Fed, a moeda virou para alta e é negociada com valorização de 0,36%, a 5,061 reais.
Na bolsa, são as ações da Vale (VALE3) que impedem a alta do Ibovespa. Com a maior participação no índice, as ações da mineradora caem 3%, em linha com a desvalorização do minério de ferro na China. Siderúrgicas, também influenciadas pelo preço do metal, acompanham a queda da Vale, com destaque para os papéis da CSN (CSNA3), que caem mais de 5% e lideram as quedas do índice.
Na ponta positiva, as units do Banco Inter (BIDI11) disparam 4,91%, tendo no radar a oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) que pode levantar até 5,5 bilhões de reais e terá a participação da Stone.
Outras a se beneficiarem são os papéis do setor financeiro e de seguradoras, que se beneficiam de uma possível alta nos juros. SulAmérica (SULA11) avança 2,52%, Santander (SANB11) tem alta de 2,07% e Itaú (ITUB4) sobe 1,93%.
Com Reuters